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A venda de queijos artesanais por e-commerce: expansão de mercados com desafios logísticos e de qualidade

MARKETING

Redação

8/22/20252 min read

A comercialização de queijos artesanais por meio do e‑commerce se mostra uma alternativa promissora, ampliando mercados e aumentando a visibilidade desses produtos. Em 2023, o Brasil produziu cerca de 35,4 milhões de litros de leite, sendo que aproximadamente 20% desse volume foi destinado à produção de queijos artesanais, um segmento com forte importância cultural e econômica.

Mercado em expansão e reconhecimento cultural

A regulamentação recente — incluindo a Lei nº 13.860/2019 e os sistemas de inspeção como SISBI, Selo Arte e Selo Queijo Artesanal — viabilizou a comercialização interestadual, fortalecendo o acesso ao e‑commerce para pequenos produtores.

Além disso, o “Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal” foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pela UNESCO em dezembro de 2024, reforçando sua relevância patrimonial e simbólica para o país.

No campo das premiações, os queijos artesanais brasileiros têm se destacado em eventos internacionais — em 2023, foram 23 medalhas no World Cheese Awards e 81 no Mondial du Fromage — elevando o perfil da produção nacional.

Vantagens e novos canais de vendas

A venda online permite que produtores locais alcancem consumidores fora de suas regiões, contando histórias sobre o produto e a origem, fortalecendo o vínculo emocional com o consumidor. Os clubes de assinatura também têm sido usados como estratégia eficaz de comercialização.

Principais desafios enfrentados

Contudo, há desafios relevantes:

  • Reclamações sobre atraso na entrega, falta de rastreamento e falhas logísticas são recorrentes, evidenciando dificuldades com prazos e confiabilidade do frete.

  • Problemas sensoriais como sabor amargo (12,1%) ou excesso de sal (3%) foram relatados pelo consumidor, muitas vezes relacionados à irregularidade nos processos de salga e maturação.

  • Em termos de atendimento, pouco menos da metade das reclamações não foram solucionadas — com quase 19% sem resposta — o que pode afetar a credibilidade dos produtores online.

Oportunidades de valorização: selo e certificação

A obtenção de certificações como o Selo Arte e a Indicação Geográfica (IG) pode agregar valor significativo aos produtos artesanais. O selo comprova qualidade sanitária e identidade territorial, enquanto a IG reforça vínculos culturais e permite alçar o produto a mercados mais amplos — além de fomentar o turismo, especialmente em regiões como as “Serras da Ibitipoca” em Minas Gerais, onde o Queijo Minas Artesanal tem forte arraigamento e potencial econômico e cultural.

Resumo dos principais pontos:

  • Crescimento simbólico e estrutural: Produção significativa e reconhecimento cultural pela UNESCO.

  • Vendas via e-commerce: Ampliação de mercado, storytelling sobre origem e novos formatos como assinaturas.

  • Desafios logísticos e de qualidade: Reclamações por atraso, falhas sensoriais e atendimento ao cliente.

  • Potencial de valorização: Certificações como Selo Arte e IG podem impulsionar preços, confiança e alcance.

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