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Ataque hacker ao Pix: R$ 710 milhões desviados via Sinqia expõem fragilidades do sistema
TECNOLOGIAS
Redação
9/11/20252 min read


Um ataque cibernético de grande escala realizado em 29 de agosto atingiu o sistema Pix, resultando no desvio de cerca de R$ 710 milhões, com impacto principalmente sobre o HSBC Brasil (R$ 669 milhões) e a fintech Artta (R$ 41 milhões). A operação foi intermediada pela Sinqia, empresa responsável pela infraestrutura que conecta bancos ao sistema do Banco Central.
Como o ataque aconteceu e suas consequências
As transações irregulares foram realizadas por meio da exploração de credenciais legítimas de fornecedores de TI da Sinqia. Ao perceber a movimentação atípica, a empresa imediatamente isolou seu ambiente Pix e iniciou investigação com especialistas externos em cibersegurança.
O Banco Central bloqueou cerca de R$ 589 milhões, representando cerca de 83% do total desviado. O sistema Pix central, gerido pelo BC, não foi comprometido e permanece funcionando normalmente.
Tanto o HSBC quanto a Artta confirmaram que não houve impacto às contas de clientes, pois o ataque atingiu apenas as contas de liquidação mantidas junto ao Banco Central, não afetando operações de pessoas físicas ou jurídicas.
O papel das prestadoras de infraestrutura: ponto de vulnerabilidade
O caso evidencia uma falha estrutural no ecossistema de pagamentos instantâneos no Brasil:
Empresas como a Sinqia são responsáveis pela ponte tecnológica entre bancos e o Banco Central, mas não são diretamente reguladas pela autarquia. Essa estrutura cria uma zona cinzenta em termos de fiscalização e segurança.
Episódios semelhantes já ocorreram com outra PSTI (provedora de sistema Pix), a C&M Software, em junho deste ano, com desvio de quase R$ 1 bilhão.
Especialistas reconhecem que o arcabouço de compliance atual não permite uma supervisão satisfatória da operação interna dessas prestadoras, o que facilita falhas graves.
Medidas em curso e próximos passos
A Sinqia anunciou que bloqueou o acesso das credenciais comprometidas, tomou medidas de contenção e reconstrução de seu ambiente tecnológico e aguarda autorização do Banco Central para retomar as operações de forma segura.
O Banco Central está revisando regras e ampliando a fiscalização sobre provedores de infraestrutura, incluindo mecanismos que diferenciem liquidações pelo valor da transação (valores elevados demorariam mais para serem executados, permitindo verificações complementares).
O que isso significa para o sistema financeiro e os consumidores
O Pix segue funcional e confiável para os usuários finais, mas o episódio gera preocupação com a resiliência do sistema diante de ataques por meio de fornecedores terceirizados.
A repetição de incidentes em curto espaço de tempo ressalta a urgência de normas mais rígidas, auditorias mais frequentes e controle direto sobre provedores, sobretudo os que lidam com credenciais sensíveis e liquidação financeira.
Conclusão
O ataque ao ambiente Pix da Sinqia e o consequente desvio milionário ilustram como a segurança do sistema financeiro depende não só de bancos, mas também das empresas que operam em segundo plano. A vulnerabilidade exposta reforça a necessidade de revisão legal, aprimoramento da governança e da supervisão, bem como maior padronização dos protocolos de segurança. O desafio agora é garantir que o Pix permaneça não apenas rápido e eficiente, mas também resiliente às ameaças cibernéticas.
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