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Bolha da IA sustenta economia dos EUA, alertam analistas — riscos e lições para o mercado digital

TECNOLOGIAS

Redação

10/18/20253 min read

O atual boom de investimento em inteligência artificial (IA) está sendo apontado como um dos pilares que tem mantido a economia dos Estados Unidos à tona — mas esse impulso pode não ser sustentável, segundo alerta recente do Deutsche Bank. Esse movimento tem implicações estratégicas para empresas de tecnologia, startups e e-commerces globais.

A tese do “motor IA” da economia

De acordo com nota interna do Deutsche Bank, relatada pelo TechSpot, sem o forte investimento em datacenters, hardware e infraestrutura de IA por grandes empresas de tecnologia, os EUA estariam à beira de uma recessão.

George Saravelos, chefe global de pesquisa cambial do banco, afirmou que as “máquinas IA” estão literalmente segurando o crescimento econômico — mas que esse tipo de expansão precisa continuar em modo exponencial para não ruir.

Outro ponto é a forte concentração dos ganhos de mercado: cerca de metade das altas do S&P 500 estariam impulsionadas por ações de empresas de tecnologia ligadas à IA.

Saravelos destaca ainda que:

  • Grande parte do crescimento econômico recente vem da construção física de data centers, e não necessariamente do uso comercial de IA.

  • O setor de IA e serviços ainda não contribuiu de forma significativa para o Produto Interno Bruto (PIB).

  • Para sustentar essa “espiral de capital” no longo prazo, os retornos financeiros precisariam acompanhar esse ritmo, o que é muito duvidoso.

Em suma: a economia dos EUA está apostando alto em IA como motor temporário — mas a conta pode estourar se a tecnologia não entregar valor prático suficiente.

Evidências e sinais de alerta em mercado amplo

O alerta do Deutsche Bank coincide com diversas outras análises recentes:

  • A alta nos valores de ações de empresas como Nvidia, Microsoft e outras gigantes da tecnologia é impulsionada pela narrativa de IA, estimulando especulação.

  • O IMF e o Bank of England expressaram preocupação com possíveis bolhas nos mercados acionários, especialmente no setor de tecnologia.

  • Um estudo recente do MIT mostrou que 95% dos projetos de IA generativa estão falhando ou não entregando valor concreto, o que reforça dúvidas sobre a sustentabilidade desse boom.

  • A publicação The Washington Post estima que, no primeiro semestre de 2025, parte significativa do crescimento econômico dos EUA foi sustentada por investimentos das empresas em IA — sem esse impulso, o avanço do PIB teria sido muito menor.

O que isso significa para o Brasil e o e-commerce

Mesmo que a análise seja centrada nos EUA, os efeitos reverberam globalmente — inclusive para o Brasil e para quem atua em e-commerce:

  1. Risco de correção generalizada
    Se o investimento em IA desacelerar, pode haver queda nos preços de ações de empresas de tecnologia, afetando valuation, capital de risco e expectativa de crescimento.

  2. Pressão por resultados concretos
    Investidores e executivos exigirão mais dos projetos de IA: menos “hype” e mais entregas com métricas tangíveis de rentabilidade, eficiência ou redução de custo operacional.

  3. Aumento da competição pela infraestrutura
    Países com menor custo energético, regulação favorável e estrutura de data centers podem se tornar mais atraentes para expansão de operações de IA — o que pode deslocar investimentos do Brasil.

  4. Atenção a margens e sustentabilidade
    Para empresas de e-commerce que incorporem IA — chatbots, recomendações, automação — a conta operacional não pode comer a margem. A tecnologia deve gerar alavanca, não custo fixo cruel.

  5. Diversificação e adaptabilidade
    Apostar tudo em IA pode ser arriscado. Modelos híbridos (tecnologia + conteúdo humano + canais tradicionais) serão diferenciais para sobreviver em cenários mais voláteis.

Conclusão

O alerta do Deutsche Bank — de que a bolha da IA está sustentando o crescimento dos EUA — é um chamado de atenção para o mercado global. Com estímulos intensos e expectativas grandiosas, a dependência de capital e especulação torna o modelo frágil. Para quem vende, inova ou investe no setor digital, o momento exige cautela estratégica, foco em métricas reais e diversificação de rotas de inovação.

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