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Colapso Financeiro: Bens da Yeesco, Gigante do E-commerce em SC, Não Cobrem Nem 1% da Dívida Milionária

GESTÃO

Redação

12/20/20252 min read

A falência da Yeesco, varejista de moda sediada em Brusque (SC) e conhecida por sua agressiva presença digital, ganhou um novo e dramático capítulo. Segundo levantamento recente divulgado no processo de falência, o total de bens arrecadados da empresa não é suficiente para pagar sequer 1% da dívida acumulada com credores.

A notícia cai como uma bomba no mercado, confirmando os piores temores de fornecedores, ex-funcionários e parceiros logísticos: a probabilidade de reaver os valores devidos é praticamente nula.

A Disparidade dos Números

O abismo financeiro da Yeesco é um estudo de caso sobre a fragilidade de operações de e-commerce que escalam vendas sem estruturar o back-office.

  • A Dívida: O valor sujeito à recuperação judicial gira em torno de R$ 73 milhões.

  • Os Bens: O levantamento inicial dos ativos da massa falida apontou um valor irrisório quando comparado ao passivo. O montante arrecadado não atinge 1% do total devido, o que inviabiliza qualquer plano de pagamento robusto para a lista de credores.

Do "Boom" à Falência: Onde a Conta não Fechou?

A Yeesco se destacou no cenário nacional com ofertas agressivas e alto volume de vendas, operando a partir de um dos maiores polos têxteis do país. No entanto, a "gigante" tinha pés de barro. A decretação da falência, ocorrida em outubro de 2025, foi o desfecho de uma crise marcada por uma enxurrada de reclamações de consumidores.

O modus operandi da crise seguiu um roteiro conhecido no setor:

  1. Venda sem Entrega: A empresa acumulou milhares de reclamações no Procon e em redes sociais por atrasos gigantescos ou não envio de mercadorias.

  2. Descontinuidade Operacional: Laudos técnicos apontaram "esvaziamento estrutural" e incapacidade de manter a operação, levando o judiciário a converter a recuperação judicial em falência para estancar o aumento do passivo.

Impacto na Cadeia de E-commerce

Para o ecossistema de comércio eletrônico, o caso Yeesco serve como um alerta severo sobre gestão de risco e crédito.

  • Risco para Fornecedores: A indústria têxtil e prestadores de serviço que venderam a prazo para a varejista amargam prejuízos que dificilmente serão revertidos.

  • Crise de Confiança: Casos de grande repercussão como este afetam a confiança do consumidor em comprar de e-commerces de médio porte ou "nativos digitais" que operam com prazos de entrega longos (modelos de pré-venda ou cross-docking mal executados).

O Que Acontece Agora?

O processo entra na fase de consolidação do Quadro Geral de Credores. No entanto, com a insuficiência de ativos, a prioridade legal de pagamento (trabalhistas e fiscais) deve consumir qualquer recurso disponível, deixando fornecedores quirografários (sem garantia real) sem perspectivas de recebimento.

Para o gestor de e-commerce, a lição que fica é clara: volume de venda (GMV) é vaidade; margem e fluxo de caixa são sanidade. A Yeesco vendeu muito, mas não construiu uma operação capaz de entregar o prometido e nem de sustentar sua própria estrutura financeira.

Fonte: Matéria elaborada com base em informações do NSC Total e processos públicos de falência em Santa Catarina.

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