Comércio enfrenta crédito mais caro com aumento da Selic para 10,75% ao ano

GESTÃO

Redação

9/23/20242 min read

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O Banco Central elevou a taxa Selic para 10,75% ao ano, em resposta à alta do dólar e às incertezas em torno da inflação, marcando o primeiro aumento em mais de dois anos. A decisão foi unânime pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que destacou fatores como a resiliência da atividade econômica, pressões no mercado de trabalho e aumento das expectativas inflacionárias como justificativas para o ajuste.

Após um ciclo de reduções desde agosto de 2023, quando a Selic passou de 13,75% para 10,5% ao ano, o novo aumento busca controlar a inflação. A Selic, principal ferramenta do BC para conter a alta de preços, impacta diretamente o custo do crédito e a capacidade de consumo. Embora o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tenha registrado queda em agosto (-0,02%), o alívio foi considerado temporário devido ao aumento previsto nas tarifas de energia e à seca prolongada, que pode elevar o preço dos alimentos.

A inflação acumulada em 12 meses está em 4,24%, próxima do teto da meta de 4,5% para 2024, enquanto a meta central é de 3%. Segundo o boletim Focus, a inflação deve fechar o ano em 4,35%. O Copom projeta que o IPCA alcance 4,3% em 2024, 3,7% em 2025 e 3,5% no primeiro trimestre de 2026, adotando um horizonte ampliado de 18 meses.

Para o comércio, o aumento da Selic implica em crédito mais caro, o que pode frear o consumo e dificultar o crescimento econômico. Apesar da previsão otimista de 2,96% de crescimento do PIB para 2024, a alta dos juros reduz o estímulo à produção e ao consumo, afetando o setor comercial.

O Banco Central busca equilibrar o controle inflacionário com o crescimento econômico, e qualquer mudança na Selic dependerá da evolução da inflação e das expectativas para os próximos meses. Enquanto isso, o comércio enfrenta o desafio de operar com crédito mais caro, o que pode impactar tanto consumidores quanto empresas.

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