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Conexão humana e tecnologia: o que a SXSW nos mostra sobre o futuro

CARLOS ALVES

Colunista

4/1/20254 min read

Por: Carlos Alves

Com sua vasta experiência no varejo e especialização em Produtos, Dados, Inovação, Tecnologia e Serviços Bancários, liderou a transformação digital em empresas renomadas. Fundador da Integra Commerce (adquirida pelo Magazine Luiza), ele dirigiu a implementação do marketplace do Magazine Luiza e a digitalização da Riachuelo, incluindo a criação do banco digital Midway. Atualmente é o vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo. Formado em Engenharia com múltiplos mestrados, Carlos tornou-se um especialista em estratégias omnichannel e meios de pagamento, contribuindo significativamente para a evolução do varejo físico e digital.

O South By Southwest (SXSW) 2025, realizado em Austin, nos Estados Unidos, foi mais do que um evento para acompanhar palestras; foi uma oportunidade para nos prepararmos para o futuro. O que me impressionou foi a crescente ênfase nas pessoas e a abordagem sobre produtividade tóxica, evidenciando que é cada vez mais essencial conectar o planejamento estratégico e o desenho organizacional com as novas tecnologias.

As oportunidades de descoberta são vastas, especialmente, com a inteligência artificial conectada ao universo virtual, abrindo novas possibilidades e capacidades. No fim do dia, são as pessoas que fazem a diferença. O novo sempre traz algum nível de apreensão, e é crucial cuidar dessas pessoas e ajudá-las a participar ativamente desse processo - seja no universo corporativo ou no desenvolvimento da medicina.

Deixo aqui alguns insights que podem ajudar nos negócios.

Inteligência Artificial e o impacto no mercado de trabalho

No painel liderado pelo futurista Ian Beacraft, foi discutido como a IA generativa está mudando a tomada de decisões, otimizando processos e exigindo um novo conjunto de habilidades. Profissões tradicionais estão desaparecendo, enquanto novas oportunidades surgem na combinação entre IA e pensamento humano.

As empresas precisarão investir no desenvolvimento de talentos para que profissionais aprendam a trabalhar em parceria com a IA e usem a tecnologia como ferramenta estratégica para aumentar a produtividade e eficiência.

O futuro do trabalho

Outro impacto no mercado de trabalho é a transformação do emprego tradicional, que passa pela transição de carreiras fixas para um ecossistema baseado em projetos e plataformas digitais. A palestra da Amy Webb ressaltou que as decisões que tomamos hoje moldam o trabalho do futuro, a sociedade e os negócios. Segundo ela, “os líderes do futuro precisam ser fluentes em tecnologia para tomar as decisões certas”.

Para isso, pensamos aqui em alguns caminhos para se preparar para esse novo cenário: Em um mundo em constante transformação, é essencial estarmos preparados para os novos desafios que surgem. Antes de mais nada, é fundamental aprender continuamente e ampliar nosso repertório. Isso nos permite estar sempre atualizados e prontos para enfrentar as mudanças. É importante conectar conhecimentos de diferentes áreas. Essa abordagem interdisciplinar nos ajuda a compreender melhor a tecnologia e seus impactos em nossa vida e trabalho. Por fim, devemos usar a Inteligência Artificial com responsabilidade, criatividade e inclusão. Ao adotar essas práticas, podemos garantir que a IA seja uma ferramenta poderosa para o bem, promovendo inovação e equidade.

Papel da liderança nesta transformação

O diferencial das empresas que dominam a previsão estratégica não está apenas na capacidade de antecipar tendências, mas na habilidade de transformar insights em ações tangíveis.

E qual é o papel da liderança nessa transformação? Líderes eficazes não tomam decisões sozinhos nem confiam apenas em sua intuição. Eles se cercam de profissionais com perspectivas diversas e incentivam um ambiente onde todos possam contribuir com ideias sem medo de represálias. A segurança psicológica dentro da organização é um fator crítico. Se os colaboradores não se sentem à vontade para apontar problemas e sugerir soluções, a empresa corre o risco de ignorar sinais de mudança até que seja tarde demais.

Empresas que querem se destacar nos próximos anos precisam sair do modo reativo e adotar uma mentalidade proativa. Isso significa investir em previsão estratégica, integrar percepções de diferentes setores, garantir segurança psicológica para inovação e transformar planejamento em ação. A pergunta final que os líderes devem se fazer não é “O que devemos fazer agora?”, mas sim “O que precisaremos fazer para continuarmos relevantes nos próximos anos?”

No contexto do mercado brasileiro, onde a economia encontra desafios e oportunidades constantes, a previsão estratégica se torna ainda mais crucial. Na minha trajetória profissional, vi que empresas que adotam essa abordagem conseguem se adaptar melhor às mudanças e se posicionar de forma competitiva.

Se eu puder deixar uma dica de carreira, eu diria: desenvolva uma mentalidade proativa e estratégica.

Por fim, deixo aqui a grande mensagem que fica: o poder e a importância do ser humano estão cada vez mais conectados a todo esse processo. Não podemos esquecer que a parte fundamental de qualquer transformação, mudança cultural ou nova construção social sempre são as pessoas.

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