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Construindo uma comunidade do zero: do primeiro membro ao primeiro evento

CESAR MARTINS

Colunista

3/5/20255 min read

Por: Cesar Martins

Cesinha está no mercado digital desde 2014 e é o fundador do E-Commerce House, uma das maiores comunidades de e-commerce do Brasil, com mais de 2.000 membros ativos. Reconhecido por sua habilidade de conectar pessoas e criar oportunidades, lidera um ecossistema que valoriza o humano tanto quanto o digital. Recentemente, fundou a Nothing New Co., um projeto com uma visão provocativa e sofisticada, que desafia padrões e abre espaço para novas possibilidades no âmbito de transformação digital. Sempre focado em construir conexões genuínas, ele transforma relacionamentos em negócios que impactam o mercado.

Se tem uma coisa que aprendi na minha jornada é que ninguém constrói nada sozinho.

Quando comecei a comunidade atual, não tinha um roadmap, um plano de monetização ou um time de gestores de grupo. Era literalmente um grupo de WhatsApp com um punhado de amigos do mercado de e-commerce. Mas ali já existia algo poderoso: conexão verdadeira.

E é sobre isso que vamos falar hoje: como você sai do absoluto zero e constrói uma comunidade que cresce organicamente, engaja e se torna um ativo poderoso para seu negócio e sua marca pessoal.

Uma coisa que posso te adiantar, leitor, é que não basta criar um grupo ou comunidade no whatsapp e só jogar um “bom dia” diariamente. Se fosse assim, todo mundo seria dono de uma comunidade de sucesso. Mas não se preocupe, vou te ajudar com um passo a passo para que sua comunidade seja um sucesso.

1. Primeiro de tudo: Você precisa ter um motivo real para criar sua comunidade

Se a sua única razão para querer criar uma comunidade é ganhar dinheiro ou vender mais, você já começou errado.

Sabe como minha comunidade nasceu? A ideia original era só fazer um happy hour entre amigos do mercado. Simples assim.

Chamei um pessoal para tomar uma cerveja e trocar ideia, e do nada, em seis horas, tínhamos mais de 1.000 pessoas querendo participar de um happy hour de fim de ano.

Naquele momento ficou claro que existia uma necessidade real de conectar as pessoas do nosso mercado fora dos ambientes formais.

Não era só sobre networking, era sobre criar relacionamentos reais, sem as amarras de crachás e apresentações institucionais.

Se você quer criar uma comunidade forte, precisa entender que as pessoas não entram em um grupo só para consumir conteúdo ou comprar algo – elas querem se conectar, se sentir úteis e fazer parte de algo maior.

Deixo aqui três insights poderosos sobre isso:

- As pessoas precisam se sentir úteis.

- Elas precisam se sentir parte de algo.

- E, acima de tudo, precisam sentir que têm voz.

Se sua comunidade não entrega esses três pilares, ela não vai pra frente.

Antes de abrir qualquer grupo, se pergunte:


- Por que alguém entraria aqui?

- O que essa pessoa vai ganhar sendo parte disso?

- Essa comunidade resolve algum problema real?

Se sua resposta for algo como: “Ah, porque quero vender meu produto e fidelizar clientes”… Pare agora e repense.

A comunidade tem que ser sobre as pessoas, não sobre produtos.

2. Como trazer os primeiros membros?

Aqui vai a primeira verdade: ninguém gosta de entrar em um grupo vazio.

Se você criar um grupo e sair disparando link no LinkedIn ou no Instagram sem contexto, a chance de dar errado é enorme.

O segredo para trazer os primeiros membros é fazer isso de forma intencional e estratégica.

- Convide as pessoas certas primeiro

Por aqui os primeiros membros foram pessoas que eu já conhecia e confiava. Ou seja, gente que eu sabia que agregaria valor.

Comece pequeno e seleto. Chame pessoas que tenham experiência no assunto e que você saiba que vão interagir.

Afinal, ninguém quer ser o primeiro a chegar na festa. Mas se já tiver gente conversando, os próximos vão entrar e se sentir mais à vontade para participar.

- Crie os primeiros debates

O grupo não pode parecer uma praça vazia. Então, assim que as primeiras pessoas entrarem, puxe assunto.

Não poste só “Bem-vindos! Espero que todos se conectem aqui.”

Pergunte algo como: "Qual foi o maior desafio que vocês tiveram na Black Friday do ano passado?" Isso já coloca as pessoas para falar sobre algo que elas realmente querem discutir.

Eu mesmo fiz exatamente isso. Em vez de soltar um “Oi, galera, tudo bem?”, eu perguntei:


“Qual ferramenta de e-commerce vocês mais odeiam e por quê?”

Resultado? Uma enxurrada de mensagens e um engajamento orgânico logo no primeiro dia.

- Faça cada membro se sentir importante

Se as pessoas sentirem que são só mais um número na comunidade, elas vão sair rapidinho.

Toda vez que alguém entra na minha comunidade eu faço questão de dar as boas-vindas pessoalmente e marcar essa pessoa em uma conversa relevante.

Dessa forma, ela já se sente parte da comunidade desde o primeiro dia.

E isso é essencial: quanto mais rápido uma pessoa se sente útil e ouvida, mais ela se engaja.

Ativando sua comunidade: do grupo para o mundo real

Aqui está a grande diferença entre um grupo aleatório e uma comunidade real: o impacto que ela tem fora da internet.

Se sua comunidade não gera conexões reais, ela nunca vai crescer de verdade.

Foi assim que nossos encontros começaram naturalmente. As pessoas já estavam interagindo tanto no digital que começou a fazer sentido se encontrarem no offline.

E eu te garanto: nada substitui a força de um evento presencial.

Como organizar o primeiro evento da sua comunidade?

Comece simples: Você não precisa alugar um espaço enorme e gastar milhares de reais. Um happy hour com um grupo pequeno já é um excelente começo.

Facilite a participação: Escolha um local acessível, um horário estratégico e, se possível, ofereça um motivo forte para o pessoal aparecer. Pode ser um bate-papo com alguém relevante do setor, uma rodada de perguntas e respostas, ou até uma dinâmica de networking.

Deixe claro o objetivo do evento bem claro: No meu primeiro evento o foco não era vender nada, era simplesmente conectar pessoas. E essa foi a melhor estratégia possível.

4. Como saber se sua comunidade deu certo?

O maior sinal de que sua comunidade está funcionando é quando as pessoas começam a se ajudar sem que você precise mediar tudo.

Se um membro posta uma dúvida e antes mesmo de você responder, outra pessoa já ajudou, parabéns! Você construiu algo forte.

Outro sinal? Quando as pessoas começam a recomendar sua comunidade para outras, sem que você peça.

Eu percebi que estávamos no caminho certo quando marcas começaram a me procurar querendo entender como poderiam participar do projeto.

Se sua comunidade é boa, o mercado percebe.

5. Conclusão: O primeiro passo é o mais importante

Se tem uma coisa que quero que você leve desse artigo é: não precisa ser perfeito no

começo – só precisa começar.

- Crie um motivo real para sua comunidade existir.


- Traga os primeiros membros certos.


- Ative o grupo com conversas estratégicas.


- Leve a comunidade para o mundo real.

E lembre-se: comunidade é sobre pessoas, não sobre produtos.

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