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Do básico ao brilho: C&A cresce 178% em 2025 e mostra força do varejo omnichannel

GESTÃO

Redação

7/8/20252 min read

Em 2025, as ações da C&A dispararam 178%, um desempenho extraordinário em um cenário econômico desafiador, marcado por alta nos juros e forte concorrência no setor de moda — valor bem acima do crescimento médio do Ibovespa, que ficou em torno de 15%.

📊 O que explica o salto da C&A?

  1. Revisão de valuation
    Após queda nos preços de ações, afetadas pelos concorrentes asiáticos, o mercado percebeu que a C&A estava subvalorizada — gerando uma reação positiva ao ser reposicionada como investimento.

  2. Crescimento robusto das vendas
    No primeiro trimestre, as “vendas mesmas lojas” cresceram 15%, ultrapassando as concorrentes diretas (Renner com 13%, Riachuelo com 12%). Essa performance foi acompanhada por geração de caixa forte e baixa alavancagem financeira.

  3. Vantagem com taxação de importados
    A política de taxação sobre produtos importados beneficiou especialmente a C&A, que competia fortemente com fornecedores asiáticos. Agora em pé de igualdade, a marca ganhou competitividade, especialmente em produtos básicos.

  4. Operação orientada por dados
    A empresa adotou uma estratégia de varejo “puxado” — primeiro testar coleções em algumas lojas antes de distribuir em larga escala. Isso reduziu estoques encalhados e custos com liquidações, preservando margens.

  5. Reestruturação financeira e operacional
    A C&A encerrou seu vínculo com o Bradescard, recomprou dívidas e monetizou parcialmente a carteira de crédito, ganhando controle sobre dados e precificação dinâmica — ferramentas estratégicas para personalização e avaliação de risco.

🌟 O retorno à essência da moda

Com os ajustes básicos já consolidados, a C&A busca reconquistar sua identidade fashion. A aposta agora é em coleções originais, inspiradas em tendências globais e no comportamento urbano, com suporte dos sistemas de dados já implantados.

📌 Destaques financeiros e de governança

  • Margens operacionais saudáveis, com dívida líquida/Ebitda em apenas 0,5x

  • C&A Pay, solução proprietária de crédito, cresceu 10,5% no primeiro trimestre, ampliando engajamento e recorrência de compras

  • Projeção otimista: ações da empresa já valem quase cinco vezes mais que no início de 2023, com potencial de alta de mais 70%

Além disso, a família controladora (Brenninkmeijer) ampliou o free float da empresa ao vender parte das ações em 2024, abrindo espaço para maior liquidez e participação de investidores externos.

✅ O que isso significa para o varejo e e-commerce?

A virada da C&A ensina que, mesmo em segmentos competitivos como o de moda, é possível:

  • Reduzir estoques e operar com precisão usando dados por loja;

  • Adaptar mix de produtos conforme comportamento local e demandas;

  • Integrar canais digitais e físicos com eficiência operacional;

  • Usar crédito proprietário para fidelizar e aumentar o ticket;

  • Valorizar a marca com equilíbrio financeiro e modernização.

🎯 Conclusão

A alta expressiva nas ações da C&A em 2025 reflete uma estratégia sólida de transformação: reposicionamento sob valuation, operação orientada por dados, controle de crédito e fortalecimento da marca. O resultado confirma: básico bem feito é alicerce para o brilho futuro.

Na ExpoEcomm, vamos reunir especialistas e compartilhar cases como esse — histórias que inspiram, ensinam e mostram as rotas de crescimento possíveis no varejo moderno. Fique atento à programação!

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