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Do "Pix" ao "Carrinho Cheio": PicPay Lança Marketplace Próprio e Entra na Briga com Gigantes do Varejo
MARKETPLACE
Redação
12/12/20253 min read


O movimento era esperado, mas o <i>timing</i> foi agressivo. O PicPay anunciou oficialmente nesta segunda-feira (01/12/2025) o lançamento de seu Marketplace Próprio, marcando uma transição estratégica fundamental: o aplicativo deixa de atuar apenas como um "agregador de ofertas" (que redirecionava o usuário para sites parceiros) para se tornar uma plataforma de e-commerce completa, onde a compra, o pagamento e o rastreio acontecem inteiramente dentro do app.
A decisão coloca a fintech do grupo J&F em rota de colisão direta com os "Super Apps" bancários (como Inter e Nubank Shopping) e com os titãs do varejo tradicional.
O Fim da "Vitrine", o Início do "Shopping"
Até o mês passado, o PicPay Store funcionava majoritariamente no modelo de affiliate marketing: o usuário clicava no ícone de uma loja (como Amazon ou Magalu), comprava no site parceiro e recebia cashback.
Com a nova estrutura de marketplace 1P/3P (First e Third Party):
Jornada sem Fricção: O consumidor não sai mais do ambiente do PicPay. O checkout é nativo.
Seller Direto: Lojistas e sellers de pequeno e médio porte agora podem se plugar diretamente na plataforma do PicPay para vender seus produtos, sem intermediários.
Domínio do Dado: O PicPay passa a deter os dados de comportamento de compra, não apenas os dados financeiros.
A Arma Secreta: Crédito na Boca do Caixa
A grande aposta do PicPay para roubar market share não é logística (onde o Mercado Livre reina) nem lojas físicas (território do Magalu), mas sim a inteligência financeira.
Com milhões de usuários utilizando o app para pagamentos de contas e Pix, o PicPay possui um score de crédito em tempo real de sua base. Isso permite oferecer:
BNPL (Buy Now, Pay Later) Nativo: Parcelamento de compras via boleto ou Pix parcelado para usuários que não têm limite no cartão de crédito convencional.
Uso de Saldo em Carteira: A facilidade de usar o rendimento da conta (acima do CDI) para abater o valor de compras instantaneamente.
Para o consumidor da classe C e D, que muitas vezes tem o consumo travado por falta de limite, o marketplace do PicPay nasce com uma "carteira aberta".
Oportunidade para Sellers
Para quem vende online, o anúncio abre um novo e poderoso canal de vendas em 2026. A vantagem competitiva para o seller é o Custo de Aquisição (CAC) reduzido. Diferente de um site próprio que precisa gastar fortunas em Google Ads para atrair um visitante, o PicPay já tem o usuário "logado" e com dinheiro na conta dentro do aplicativo.
O que muda para o lojista:
Nova Audiência: Acesso a um público mais jovem e digitalizado, habituado a transações móveis.
Cashback como Isca: O sistema de recompensas do PicPay (já consolidado) serve como uma ferramenta de fidelização automática para os vendedores da plataforma.
O Contexto de 2025
O lançamento ocorre no rescaldo de uma Black Friday onde o crédito foi o grande vilão. Ao internalizar o varejo, o PicPay tenta fechar o ciclo do "Super App" financeiro, replicando no Brasil o sucesso de modelos asiáticos como o WeChat e o Alipay, onde a linha entre "banco" e "loja" simplesmente deixou de existir.
Para o e-commerce brasileiro, a entrada de um player com capital infinito e base de usuários massiva significa que a briga pelo cliente em 2026 será travada não apenas no preço do produto, mas nas condições de pagamento que só quem é "dono do dinheiro" pode oferecer.
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