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E-commerce brasileiro cresce 19% em 2024 e consolida protagonismo com giro rápido, apps de entrega e Black Friday recorde

ESTUDOS DE MERCADO

Redação

6/2/20253 min read

A 51ª edição do estudo Webshoppers, produzido pela NIQ Ebit, revela que o comércio eletrônico brasileiro segue em ritmo acelerado, com crescimento de 19,1% nas vendas em 2024 e um volume financeiro de R$ 351,4 bilhões movimentados no ano. O número de consumidores ativos também avançou, saltando 15,9% em relação a 2023, alcançando 125,6 milhões de shoppers.

O e-commerce se consolidou como o segundo maior canal de vendas no varejo nacional, atrás apenas dos autosserviços, com destaque para a força dos pure players, plataformas que operam exclusivamente online e que cresceram 38,1% no período.

📦 Dinâmica de categorias: FMCG e Eletrodomésticos lideram

O principal motor do crescimento foi o desempenho das categorias de giro rápido (FMCG), como Higiene & Beleza, Alimentos, Bebidas e Limpeza, que representaram 66,7% da contribuição ao crescimento. A missão de abastecimento e reposição já é dominante no canal, com shoppers recorrendo cada vez mais ao digital para compras do dia a dia.

Outra categoria que voltou a se destacar foi Eletrodomésticos, puxada pelo ciclo de renovação de produtos no lar. O setor cresceu 28% em GMV e 30,9% em volume de pedidos, demonstrando forte recuperação em relação aos anos anteriores.

🔍 Sazonalidades e Black Friday: datas seguem impulsionando o canal

As datas promocionais foram cruciais para o desempenho anual. No segundo semestre, semanas como Semana do Consumidor, Prime Day, Dia do Cliente e Black Friday concentraram os maiores picos de GMV.

Durante a Black Friday, por exemplo, 87,4% dos consumidores compraram online em novembro, e 65,1% foram motivados pelos descontos da data. A intenção era focada em Eletro e Eletrônicos, mas as compras realizadas foram dominadas por categorias como Moda, Perfumaria e Alimentos, comprovando a força do FMCG.

📱 Aplicativos de entrega crescem e fidelizam usuários

O uso de aplicativos para compras online segue em ascensão. Em 2024, 61,8% dos consumidores utilizaram apps, contra 64% no ano anterior, mas o comportamento se intensificou entre os heavy users. No segmento de supermercado, o iFood lidera como app mais utilizado, seguido por plataformas próprias dos varejistas.

Na farmácia, os aplicativos próprios também lideraram tanto em uso quanto em satisfação, com 79,6% dos consumidores dando nota alta (9 ou 10) para a experiência.

🌎 Compras internacionais recuam, mas Shopee e AliExpress seguem líderes

Apesar da forte presença nos anos anteriores, o cross border trade apresentou queda no número de consumidores e na frequência de compras. Em 2024, 53,2% dos shoppers realizaram compras internacionais, contra 69% em 2023. A frequência de compras acima de quatro vezes ao ano também caiu.

Shopee e AliExpress seguem como os principais destinos, sendo bem avaliados pelos consumidores brasileiros, principalmente por suas promoções agressivas.

📉 Inflação e juros ainda preocupam

Apesar da recuperação do consumo e do aumento da renda média das famílias, o cenário macroeconômico segue desafiador. A inflação segue pressionada, especialmente pelos alimentos e bebidas, e os juros altos ainda impactam a confiança e o poder de compra do consumidor.

✅ Conclusões e tendências

Os principais insights da edição 51 do Webshoppers apontam:

  1. O e-commerce mantém trajetória sólida de crescimento, ganhando novos consumidores.

  2. Categorias de giro rápido consolidam a missão de reposição como estratégia dominante no digital.

  3. Datas promocionais seguem sendo oportunidades-chave para alavancar GMV.

  4. Pure players lideram o crescimento, enquanto modelos híbridos (brick & click) enfrentam desaceleração.

  5. A jornada digital deve continuar evoluindo com mais integração omnichannel e personalização por IA.

O estudo reforça que o e-commerce brasileiro já não é apenas uma alternativa de consumo: é um canal central e estratégico, tanto para grandes varejistas quanto para pequenos empreendedores. A evolução é constante — e quem acompanha os dados, lidera a transformação.

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