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Engajamento que importa: como manter sua comunidade ativa e relevante

CESAR MARTINS

Colunista

4/29/20255 min read

Por: Cesar Martins

Cesinha está no mercado digital desde 2014 e é o fundador do E-Commerce House, uma das maiores comunidades de e-commerce do Brasil, com mais de 2.000 membros ativos. Reconhecido por sua habilidade de conectar pessoas e criar oportunidades, lidera um ecossistema que valoriza o humano tanto quanto o digital. Recentemente, fundou a Nothing New Co., um projeto com uma visão provocativa e sofisticada, que desafia padrões e abre espaço para novas possibilidades no âmbito de transformação digital. Sempre focado em construir conexões genuínas, ele transforma relacionamentos em negócios que impactam o mercado.

Criar uma comunidade já é um desafio. Mas manter essa comunidade viva, engajada e relevante no longo prazo? Esse é o verdadeiro jogo.

Muita gente acha que comunidade é sobre números. "Ah, meu grupo tem 5.000 pessoas!"

Legal. Mas quantas realmente interagem?

Porque se a sua comunidade tem um monte de gente dentro, mas ninguém conversa, compartilha ou se ajuda, você tem um grupo fantasma – e não uma comunidade.

E vou te contar uma coisa: comunidades morrem por falta de engajamento, não por falta de membros.

O que faz um grupo ser forte não é a quantidade de pessoas que entram, mas a qualidade das interações que acontecem lá dentro.

Então, se você quer que sua comunidade cresça sem perder a essência, vou te mostrar como manter o engajamento de verdade.

Bora?

Engajamento é uma via de mão dupla

Sabe qual é o erro de 90% das comunidades que morrem?

Elas tratam os membros como espectadores, não como participantes.

Se o seu grupo é só você postando conteúdo e os outros apenas assistindo, isso não é comunidade, é monólogo.

O segredo para manter uma comunidade ativa é fazer com que as pessoas sintam que elas também fazem parte da construção.

E isso só acontece quando você entrega os 3 ingredientes do engajamento real:

· As pessoas precisam se sentir úteis.

· Elas precisam se sentir parte de algo.

· E precisam sentir que têm voz.

Se esses três elementos estão presentes, sua comunidade nunca vai morrer.

E como garantir isso na prática? Vamos lá.

A arte de fazer as pessoas participarem

Se tem uma coisa que aprendi é que as pessoas precisam de um empurrãozinho para começar a interagir.

E isso significa que, no início, você precisa puxar as conversas.

Aqui estão algumas estratégias que funcionam absurdamente bem:

Perguntas estratégicas

Se você quer engajamento, não poste um monólogo – faça perguntas.

Por exemplo, em vez de só compartilhar uma notícia do mercado, pergunte algo como:

· "Vocês acham que isso vai impactar as vendas no e-commerce?"

· "Qual foi a maior cagada que vocês já fizeram no digital?"

· "Se vocês pudessem voltar no tempo e mudar algo na estratégia do ano passado, o que seria?"

Isso faz com que as pessoas tenham um motivo real para interagir.

E não tem erro: se alguém se sente ouvido, ela volta para interagir mais vezes.

Use o nome das pessoas

Parece besteira, mas marcar as pessoas diretamente na conversa faz toda a diferença.

Em vez de só postar algo no grupo e esperar que alguém responda, experimente marcar pessoas que você sabe que podem contribuir:

· "@Fulano, você que trabalha com marketplace, qual sua opinião sobre isso?"

A maioria das pessoas só precisa de um empurrãozinho para entrar no jogo.

Eu faço isso o tempo todo – e funciona.

Incentive o networking entre os membros

Comunidade boa não é sobre você, é sobre as pessoas se conectarem entre si.

Uma coisa que sempre faço é sugerir conexões diretas:

· "Fulano, você PRECISA conhecer Ciclano, vocês dois trabalham com CRM e vão se dar bem."

Quanto mais você faz isso, mais as pessoas começam a fazer sozinhas – e é aí que sua comunidade ganha vida própria.

O que mata o engajamento de uma comunidade?

Se tem algo que aprendi, é que algumas atitudes podem literalmente matar o engajamento de uma comunidade do dia para a noite.

Se liga em 3 coisas que você não pode deixar acontecer:

1. Deixar a comunidade virar um grupo de spam

Eu detesto jabá e bullshitagem.

Cada comunidade tem sua regra, mas uma coisa eu sempre deixei clara: lá dentro, ninguém aguenta vendedor insistente e discurso corporativo engessado.

Se alguém pergunta sobre um serviço que um colega presta, um simples "Oi, tudo bem? Eu tenho o que você precisa, vou te chamar no privado" já basta.

Agora, se a pessoa responde mandando um pergaminho gigante explicando como sua empresa revolucionou o mercado, mostrando gráficos, cases e se autoelogiando como se fosse o novo Steve Jobs, eu já sei que o engajamento vai despencar.

Se o foco for só autopromoção e não troca de valor, as pessoas começam a ignorar e saem da comunidade. Quer vender? Construa relacionamento antes.

2. Falta de moderação e regras claras

Se sua comunidade vira um "salve-se quem puder", com discussões que saem do controle, tretas e gente desrespeitando os outros, ela não dura muito tempo.

Ter um código de conduta e garantir que ele seja seguido é essencial para manter um ambiente saudável.

Comunidade não é democracia total – é um ecossistema que precisa de organização para funcionar.

3. Não evoluir com o tempo

Se você não renova o formato da sua comunidade, uma hora as pessoas perdem o interesse.

Comecei só como um grupo de WhatsApp. Mas em poucos meses, já estávamos organizando encontros presenciais, meetups e eventos com grandes marcas, ou seja, a comunidade sempre evolui.

Se você quer manter o engajamento, precisa trazer novidades e desafios para os membros.

4. Pequenos rituais que fazem toda a diferença

Se você quer que as pessoas se sintam parte da comunidade, crie rituais.

Tenho alguns rituais que fortalecem o engajamento:

· Boas-vindas personalizadas – Sempre que alguém entra, damos as boas-vindas de forma individual e já o conectamos a alguém.

· Eventos e encontros presenciais – O digital é ótimo, mas nada substitui um aperto de mão e um bom networking cara a cara.

· Destaque para membros ativos – Reconhecer as pessoas mais engajadas faz com que elas se sintam valorizadas e motivadas a continuar participando.

Esses pequenos detalhes fazem com que as pessoas queiram continuar fazendo parte daquilo.

Conclusão: Comunidade não é sobre quantidade, é sobre qualidade

Se tem uma coisa que quero que você leve desse artigo, é isso:

· Comunidade boa não é a que tem mais membros, é a que tem mais interações reais.

· Se as pessoas sentem que têm voz, elas voltam para interagir.

· Se você cria um ambiente onde elas se sentem úteis e pertencentes, o engajamento cresce naturalmente.

Agora me conta: você já esteve em um grupo que parecia morto? O que faltava para ele ser mais engajado?

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