Faturamento do E-commerce Cai 46% no Rio Grande do Sul após Tragédia das Chuvas

TRÁFEGO PAGO

Redação

6/9/20242 min read

O faturamento de empresas via e-commerce no Rio Grande do Sul caiu drasticamente desde o início das chuvas que provocaram enchentes e alagamentos no estado. Problemas de logística, centros de distribuição alagados, estradas bloqueadas e incertezas sobre o futuro contribuíram para uma queda de 46,7% nas receitas de e-commerce em comparação com a semana anterior. Este é o resultado de uma pesquisa realizada pelo projeto de fomento ao e-commerce E-Commerce Brasil em parceria com a empresa de inteligência de dados Neotrust Confi.

Em Porto Alegre, a capital do estado, o faturamento do e-commerce retraiu 58,9%. No interior do estado, o declínio chegou a 43,4%. Nos primeiros quatro meses de 2024, o Rio Grande do Sul representou 4,9% do faturamento do e-commerce brasileiro. Neste período, as vendas no estado apresentaram uma queda de 3,8% em comparação ao mesmo período de 2023.

O estudo aponta que a retração no mercado começou em 3 de maio, com uma queda de 16,2% em relação à semana anterior. Nesse dia, o Guaíba começou a subir em Porto Alegre e na região metropolitana, áreas com muitos centros de distribuição. Até então, os maiores impactos tinham sido sentidos na Serra e na região dos Vales.

No dia 4 de maio, a queda aumentou para 26,7%, e em 5 de maio, a diminuição atingiu 46,7% em relação à semana anterior.

Segundo Léo Bicalho, especialista da Neotrust, a perda de bens duráveis pela população, itens com grande relevância para as vendas no e-commerce, sugere um possível represamento de demanda enquanto o estado permanecer em situação de emergência.

“Categorias como móveis, eletrodomésticos, eletrônicos e eletroportáteis, que representam cerca de 30% das vendas online, tendem a ter alta procura nos próximos meses. Isso pode causar reflexos nos preços, impactando possivelmente os preços em todo o país", afirma Bicalho. "A questão logística também será afetada. Com a infraestrutura das estradas muito danificada, especialmente no interior do estado, ainda faltam informações para estimar quanto tempo será necessário para retomar a entrega de pedidos em localidades com alta concentração populacional”.

Samuel Gonsales, diretor comercial da E-Commerce Brasil, prevê que os próximos meses serão desafiadores para o e-commerce nacional como um todo.

“Muitas categorias, como móveis, eletrodomésticos, eletrônicos, eletroportáteis, moda e acessórios dos varejistas do RS devem demorar um bom tempo para se restabelecer, e nos próximos meses ainda gerarão impactos nos resultados do e-commerce", conclui.

Fonte: Exame

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