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Hauls e o Futuro das Compras Online: Como a Cultura do Consumo Excessivo Está Moldando o E-commerce
LOGÍSTICA
Redação
12/6/20244 min read
A evolução do e-commerce trouxe uma série de transformações nas práticas de consumo, mas poucas tendências têm gerado tanto impacto quanto a "cultura dos hauls". O termo refere-se à compra de grandes volumes de itens, muitas vezes com o propósito de exibi-los nas redes sociais, seguido pela devolução de boa parte dos produtos. Embora essa prática esteja em ascensão, especialmente entre a Geração Z, ela apresenta sérios desafios para varejistas e levanta questões sobre a sustentabilidade do modelo de compras online.
O Cenário Atual: Consumo e Devoluções em Alta
Segundo pesquisa realizada pela ZigZag e Retail Economics, 69% dos consumidores da Geração Z admitiram que compram produtos em excesso já pensando em devolvê-los. Essa estatística contrasta fortemente com os 16% dos baby boomers que adotam o mesmo comportamento, revelando uma diferença geracional clara.
As devoluções gratuitas, uma vez consideradas um diferencial competitivo, tornaram-se um padrão no e-commerce. Entretanto, práticas como wardrobing (usar um item uma vez antes de devolvê-lo), bracketing (pedir múltiplas variações para escolher a ideal) e staging (exibir produtos online antes de devolvê-los) têm colocado em xeque a sustentabilidade desse modelo.
Redes Sociais e a Cultura de Aparência
Plataformas como TikTok e Instagram popularizaram o conceito dos hauls, incentivando os consumidores a exibirem suas aquisições para obter engajamento social. Isso cria um ciclo em que a posse dos itens se torna temporária, servindo mais para projetar uma imagem do que para atender a uma necessidade real.
De acordo com Al Gerrie, CEO da ZigZag, a constante exposição a influenciadores digitais e anúncios segmentados intensifica as compras impulsivas, especialmente de moda. Essa dinâmica se reflete no dado de que 15% dos consumidores britânicos compram roupas apenas para exibi-las online antes de devolvê-las.
A psicóloga Catherine Jansson-Boyd, especialista em comportamento do consumidor, destaca que muitos justificam essa prática argumentando que, enquanto aparentam ser donos dos itens nas redes, não há mal nenhum. No entanto, esse comportamento tem implicações significativas para os varejistas e o meio ambiente.
O Custo Oculto das Devoluções
A prática de devoluções excessivas gera custos elevados para as empresas. Logística reversa, reembalagem e controle de qualidade são processos que consomem recursos financeiros e humanos. Além disso, as inconsistências nos tamanhos de roupas, especialmente na moda feminina, são uma das principais razões para a prática do bracketing.
David Oldeen, fundador da Sizekick, aponta que a falta de padronização nos tamanhos entre marcas agrava o problema. “O know-how na criação de moldes diminuiu, resultando em peças que muitas vezes não se ajustam adequadamente ao corpo real.”
Sustentabilidade e Impacto Ambiental
A crescente preocupação com o impacto ambiental está levando algumas marcas a conscientizar seus clientes sobre as emissões de CO2 associadas às devoluções. No entanto, campanhas educativas sozinhas não são suficientes para mudar hábitos enraizados.
Empresas como Zara e H&M já começaram a cobrar taxas de devolução, variando entre £1,99 e £3,95, enquanto marcas de luxo, como Net-a-Porter, monitoram as taxas de devolução de cada cliente para evitar abusos. No entanto, políticas restritivas podem afastar clientes, tornando o equilíbrio entre sustentabilidade e conveniência um desafio constante.
Soluções Tecnológicas para Reduzir Devoluções
A tecnologia tem sido uma grande aliada para enfrentar essa questão. Ferramentas de ajuste de tamanhos baseadas em inteligência artificial, como Fit Finder e Sizekick, estão ajudando consumidores a escolherem o tamanho ideal, reduzindo a necessidade de devoluções. Além disso, sistemas que rastreiam o comportamento de devolução em tempo real permitem oferecer benefícios personalizados, como frete gratuito para clientes com histórico de poucas devoluções.
Segundo Oscar Rundqvist, cofundador da EcomID, o objetivo não é penalizar os clientes, mas incentivá-los a fazer compras mais conscientes. Ao adotar essa abordagem, os varejistas podem promover uma relação de confiança e sustentabilidade com seus consumidores.
Repensando o Modelo de Negócios
Especialistas como Siobhán Géhin, estrategista de varejo da Deloitte, acreditam que a solução definitiva para o problema das devoluções excessivas passa por uma reformulação no modelo de negócios, especialmente na indústria da moda. O foco precisa se desviar das tendências passageiras e migrar para um consumo mais consciente e duradouro.
Se varejistas, consumidores e desenvolvedores de tecnologia trabalharem juntos para incentivar práticas de compra mais responsáveis, é possível vislumbrar um futuro onde a conveniência das compras online e a sustentabilidade coexistam.
Conclusão
A cultura dos hauls é um reflexo da era digital, onde a aparência e a exposição social são extremamente valorizadas. Embora o desafio das devoluções seja significativo, ele também representa uma oportunidade para varejistas inovarem em suas abordagens, oferecendo soluções que beneficiem tanto o cliente quanto o planeta. A transformação desse cenário exigirá um esforço conjunto, mas poderá resultar em um mercado mais equilibrado, sustentável e alinhado às necessidades das futuras gerações.
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