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Hiperpersonalização e fidelização: estratégias para crescer durante todo o ano e vencer na Black Friday e no Natal

PEDRO SCRIPILLITI

Colunista

9/2/20254 min read

Por: Pedro Scripilliti

Especialista em e-commerce e omnichannel, com quase 20 anos de experiência no setor. Cofundador da Fundamentos Digitais / Mentor Pack Consultoria, tem um histórico de sucesso na criação e otimização de centenas de projetos digitais para B2C, B2B e B2B2C. Liderou a transformação digital da Amara NZero, impulsionando melhorias em ERP, CRM, BI e e-commerce. Atualmente, é Consultor especializado em B2C e B2B, advisor da VC Verve Capital e palestrante, ajudando a moldar a próxima geração de excelência digital no Brasil.

Nos últimos anos, o varejo digital tem enfrentado uma transformação acelerada, impulsionada pela evolução do comportamento do consumidor e pelo avanço das tecnologias de dados e inteligência artificial. Nesse contexto, a hiperpersonalização e os programas de fidelização deixaram de ser diferenciais para se tornarem pilares estratégicos essenciais. Mais do que aumentar a conversão em momentos de alta demanda, como Black Friday e Natal, essas práticas são capazes de sustentar o crescimento durante todo o ano, elevando o faturamento, a retenção, a reativação de clientes e o valor vitalício da base (LTV). E muitas Marcas esquecem ou abrem mão desse tema.


Diversos estudos comprovam que investir em fidelização e personalização tem impacto direto no resultado financeiro. Um aumento de apenas 5% na retenção de clientes pode gerar entre 25% e 95% a mais de lucratividade. Além disso, empresas que aplicam estratégias maduras de personalização registram 23% mais giro de estoque e até 1,5 vez maior valor de LTV. No Brasil, a adesão a esse tipo de iniciativa cresce rapidamente: 70% das lojas virtuais já utilizam inteligência artificial para personalizar interações, enquanto 68% dos consumidores afirmam comprar apenas de marcas que demonstram compreender suas necessidades de forma individualizada. Essa mudança de expectativa mostra que o cliente atual não se contenta apenas com promoções agressivas — ele deseja Relevância, Conveniência e Conexão Emocional.


Nos períodos normais de venda, a hiperpersonalização cumpre um papel essencial ao manter o relacionamento ativo. Por meio da análise de dados em tempo real, marcas conseguem entregar mensagens direcionadas, recomendar produtos com base em interesses recentes e ativar jornadas omnichannel que aproximam a experiência digital e física. Esse cuidado diário é o que garante a retenção da base, aumenta a frequência de compra e constrói valor no longo prazo. Em outras palavras, é a personalização contínua que sustenta a fidelização e faz com que os grandes eventos de vendas encontrem consumidores mais engajados e preparados para comprar.


Quando falamos de Black Friday e Natal, o impacto da hiperpersonalização se multiplica. Em um cenário de competição acirrada e com custos de CPC ainda mais caros, a capacidade de prever intenções e oferecer ofertas contextuais pode ser decisiva para evitar o abandono de carrinho e aumentar o ticket médio. Estratégias como recomendações em tempo real, cross-sell e upsell durante a navegação elevam o valor médio do pedido e maximizam o aproveitamento de cada interação. Além disso, campanhas segmentadas de SMS, push notifications e email marketing, baseadas no histórico de navegação e compras, reativam clientes inativos com muito mais eficiência — algo especialmente relevante em datas de alto fluxo.


Um exemplo prático e de implementação rápida é integrar programas de fidelidade à personalização. Imagine um cliente VIP que acessa um e-commerce poucos dias antes da Black Friday. Assim que entra no site, ele visualiza um banner exclusivo: “Olá, Maria! Você já tem pontos suficientes para garantir 10% de desconto em produtos selecionados. Aproveite até amanhã.” Essa mensagem simples, gerada automaticamente a partir dos dados do programa de fidelidade, cria urgência, reconhecimento e valor imediato para o consumidor. Além de estimular a compra, fortalece o vínculo com a marca.


Ferramentas para viabilizar essas estratégias já estão ao alcance de empresas de diferentes portes. Soluções de Customer Data Platform (CDP) integradas a CRMs com inteligência artificial ampliam a visão 360º do cliente e possibilitam campanhas preditivas. Programas de fidelidade baseados em dados, como os oferecidos por players especializados no tema, permitem recompensar clientes com ofertas alinhadas ao seu perfil de consumo. E ferramentas de tracking de churn e reativação ajudam a prever quais clientes estão prestes a se desligar da marca, enviando incentivos específicos para trazê-los de volta. Plataformas como Shopify e VTEX já possuem integradas empresas como Connectif, Bonifiq, Revi, entre outras que permitem criar fluxos de personalização em tempo real e todas as possibilidades acima.


A verdade é que não há mais espaço para abordagens genéricas tanto no B2C como no B2B, onde também podemos nos utilizar da hiperpersonalização. Se antes a estratégia era falar com todos, hoje a regra é clara: falar com cada cliente como se fosse único. Durante todo o ano, a hiperpersonalização e a fidelização sustentam a base ativa e rentável. Na Black Friday e no Natal, essas mesmas práticas se tornam decisivas para converter mais rápido, aumentar o ticket médio e ampliar o impacto de cada campanha.


No fim, hiperpersonalização e fidelização não são apenas estratégias de marketing. São escolhas de gestão que determinam se uma marca será lembrada como mais uma na multidão ou como aquela que realmente entende e valoriza seus clientes. Pense nisso e tome logo uma atitude pois o Black Friday e o Natal são logo ali…

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