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Insegurança Impulsiona E-commerce: Onda de Roubos em Salvador Faz Venda Online de Farmácias Crescer 10%

GESTÃO

Redação

12/10/20252 min read

O varejo farmacêutico de Salvador vive uma realidade de adaptação forçada. Uma onda de assaltos direcionados a itens de alto valor agregado alterou drasticamente a rotina das drogarias e o comportamento do consumidor na capital baiana. Segundo reportagem do Jornal Correio, o medo da violência gerou um efeito colateral direto nos canais de venda: os pedidos online de medicamentos registraram um crescimento estimado de 10% desde que a crise de segurança se agravou.

O "Novo Normal" das Lojas Físicas

Para quem ainda frequenta as unidades físicas, a experiência de compra mudou. A reportagem descreve um cenário onde funcionários acumulam funções de "fiscais", monitorando a movimentação da rua e, em alguns casos, escoltando clientes durante o trajeto entre as gôndolas e o caixa para garantir uma sensação mínima de segurança.

Gerentes relatam que o fluxo de visitantes, especialmente no período noturno, sofreu uma queda sensível. Consumidores que antes compravam presencialmente agora evitam horários de menor movimento ou simplesmente deixaram de ir às lojas, optando pela entrega em domicílio como medida de proteção pessoal.

O Alvo: "Ouro Líquido" na Geladeira

Diferente de assaltos convencionais em busca de dinheiro do caixa, as quadrilhas especializadas têm um alvo específico e de alta liquidez: as canetas emagrecedoras (como o Ozempic).

A lógica do crime é puramente financeira e logística.

  • Alto Valor, Pequeno Volume: Enquanto é necessário roubar grandes quantidades de outros medicamentos para obter lucro, uma única caixa de canetas emagrecedoras tem alto valor de mercado.

  • O Prejuízo: Estima-se que o roubo de apenas 20 unidades desses medicamentos possa gerar um prejuízo (ou lucro para o crime) de cerca de R$ 20 mil.

Impacto para o Gestor de E-commerce

O caso de Salvador serve como um estudo de caso importante para o setor de comércio eletrônico. Ele ilustra como fatores externos não comerciais (como a segurança pública) funcionam como catalisadores da digitalização.

  1. Migração por Necessidade: O crescimento de 10% no online não foi impulsionado por marketing ou promoções, mas pela necessidade de segurança. Isso cria um novo perfil de cliente digital: aquele que compra online não por conveniência, mas por falta de opção segura no físico.

  2. Logística de Alto Valor: Com o aumento das vendas online desses medicamentos caros, o desafio logístico se transfere para a last mile (última milha). As farmácias agora precisam garantir que os motoboys e veículos de entrega não se tornem os novos alvos, exigindo rastreamento e protocolos de segurança mais rígidos nas entregas.

Enquanto a polícia realiza operações para desarticular as quadrilhas, o varejo farmacêutico de Salvador segue operando sob tensão, com o digital servindo como o principal refúgio para manter o faturamento e a segurança de seus clientes.

Fonte: Baseado em reportagem original do Correio 24 Horas

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