Mercado Livre celebra forte crescimento em receita, mas vê pressão nas margens com expansão de frete grátis

O Mercado Livre anunciou resultados expressivos para o segundo trimestre de 2025 (2T25), reforçando sua liderança no comércio eletrônico da América Latina. Porém, também revela desafios crescentes na busca por equilíbrio entre expansão e rentabilidade.

Receita e transações em alta — mas lucro abaixo das expectativas

A empresa registrou uma receita líquida de US$ 6,8 bilhões, um aumento de 34% ano a ano, superando estimativas de analistas que esperavam US$ 6,7 bilhões. O volume total de mercadorias transacionadas (GMV) cresceu 37%, em base neutralizada pela variação cambial.

Apesar da performance robusta, o lucro líquido foi de US$ 523 milhões, abaixo da projeção de US$ 596 milhões — uma queda de 1,5% em relação ao mesmo período de 2024.

Margens comprimidas por estratégia agressiva no Brasil

O lucro operacional (EBIT) atingiu US$ 825 milhões, ainda que abaixo dos US$ 869 milhões previstos pelos analistas. A margem EBIT caiu para 12,2%, frente aos 14,3% registrados no ano anterior.

A principal causa? A ampliação das políticas de frete grátis no Brasil, com redução do valor mínimo para qualificar para frete gratuito. Estratégia que impulsionou vendas — com aumento de itens vendidos de 31% no trimestre, batendo o ritmo desde 2021 —, mas gerando impacto nos resultados.

Segundo o CFO Martin de los Santos, essas ações fortalecem a penetração de mercado, mesmo com pressão temporária nas margens.

Público e fintech: tração constante

O e-commerce brasileiro continuou aquecido. Em junho, o volume de itens vendidos no país subiu 34%, sinalizando forte engajamento. Apesar de concorrência acirrada com Amazon, Shopee e Temu.

Resiliência financeira e projeções

Apesar de lucro abaixo das expectativas, as ações reagiram positivamente: subiram cerca de 5%, com investidores apostando na capacidade de longo prazo da empresa Investors. Analistas destacam o robusto ecossistema logístico do Mercado Livre, sua integração com fintechs e a liderança consolidada na América Latina como vantagens competitivas sustentáveis.

Repercussão para o e‑commerce e marketplaces

Este balanço reforça que o crescimento digital traz custos — entrega rápida e descontos aumentam conversão, mas exigem disciplina financeira. O desafio para sellers e plataformas é claro: escala com estrutura e domínio tecnológico.

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