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O Ano em que o Brasileiro Trocou o Smartphone pelo Controle Remoto: Games Disparam 49% e Celulares Têm Pior Queda na Black Friday

GESTÃO

Redação

12/11/20252 min read

Se em anos anteriores o smartphone era o "rei incontestável" do carrinho de compras, a Black Friday 2025 decretou o fim desse reinado. Dados de um levantamento exclusivo realizado pela Neotrust para o InfoMoney mostram que o consumidor brasileiro operou uma substituição estratégica de gastos: tirou o dinheiro da troca de celular e alocou no entretenimento para a casa.

O movimento reflete um consumidor que, diante de preços elevados e pouca inovação percebida na telefonia móvel, preferiu garantir o lazer da família dentro de casa.

Os Números da Troca de Guarda

A categoria de Smartphones, historicamente a alavanca de faturamento do e-commerce, registrou a maior queda do segmento de eletroeletrônicos. O faturamento recuou 9,7%, totalizando R$ 791 milhões.

Em contrapartida, o setor de Entretenimento Doméstico explodiu:

  • Games e Consoles: Foram o grande destaque percentual da data, com um crescimento impressionante de 49,7% em relação a 2024, movimentando R$ 308 milhões.

  • Televisores: Na esteira dos games e do streaming, as vendas de TVs cresceram 9,4%, somando R$ 868 milhões.

A Lógica do "Ficar em Casa"

Analistas apontam que essa migração de orçamento não é acidental. Com a inflação de serviços pressionando o lazer fora de casa (viagens e restaurantes) e o mercado de smartphones saturado com aparelhos custando acima de R$ 3.000, o brasileiro viu no upgrade da TV e no console de videogame um investimento de melhor custo-benefício para o longo prazo.

Outro dado que corrobora a busca por racionalidade é o desempenho dos Eletrodomésticos, que, assim como os celulares, sofreram uma retração de 9,5% (faturamento de R$ 1,34 bilhão). O recado é claro: itens essenciais de troca longa (geladeira, máquina de lavar) só foram comprados em caso de extrema necessidade. O desejo de consumo foi canalizado para a diversão.

O Fenômeno das "Marcas de Entrada"

O estudo também revelou um comportamento tático do consumidor em relação às marcas. Embora o preço fosse decisivo, não houve uma corrida cega pelo "mais barato". Marcas posicionadas como "custo-benefício", como Philco e Hisense, capturaram 11% do mercado de eletrônicos, com tickets médios de R$ 1.284 e R$ 1.797, respectivamente.

Isso indica um comprador maduro: ele aceita testar novas marcas para ter uma tela maior ou um recurso melhor, mas não abre mão de uma qualidade mínima — um equilíbrio que marcas premium tradicionais tiveram dificuldade de entregar com preços competitivos neste ano.

Insight para o Varejo em 2026

Para os gestores de e-commerce, a Black Friday 2025 deixa um alerta: apostar todas as fichas em lançamentos de smartphones pode não ser mais a estratégia mais segura para garantir o faturamento de fim de ano. O consumidor brasileiro está ávido por experiências de entretenimento. Para 2026, bundles de "TV + Soundbar" ou "Console + Jogo" tendem a converter muito mais do que o simples desconto no celular do ano.

Fonte: Baseado em dados exclusivos da Neotrust divulgados pelo InfoMoney.

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