O Brasil em Quarto Lugar no Mundo: Samuel Gonsales Revela os Dados que Estão Movimentando o E-commerce

Já imaginou estar diante de uma pessoa que não apenas observa o mercado de e-commerce e varejo digital mas que vive ele nos últimos 27 anos? Sim. Você pode ter esta certeza que o impacto e o crescimento que se obtém com uma oportunidade dessa é enorme.

Assim é encontrar e ouvir Samuel Gonsales, diretor da ExpoEcomm, que também esteve na edição da nossa feira no Circuito 2025 em Fortaleza. Samuel apresentou às centenas de participantes uma quantidade uma quantidade incrível de dados importantes sobre os comportamentos, números e mudanças que estão moldando o e-commerce brasileiro.

Acesso é comportamento. E o Brasil acessa muito.

“Você sabe por que está vendendo bem?”. Esse foi o primeiro de muitos “golpes” que nos desnorteiam, dados por Gonsales em sua apresentação. E cá entre nós, às vezes, estamos tão empolgados com o sucesso de nosso negócio que não nos damos conta do que nos tem levado ao êxito nas vendas, não é mesmo!?

“Porque o Brasil é o quarto país do mundo em acessos a sites de e-commerce?”, essa foi mais uma questão disparada e respondida por ele. Vejamos!

Em 2025, foram 14,5 bilhões de visitas – um crescimento de 3,4% em relação ao ano anterior. Cada usuário visita em média nove vezes um mesmo site, acessa cinco páginas por sessão e permanece cerca de seis minutos navegando.

A digitalização do consumidor brasileiro foi impulsionada pela popularização do 4G e 5G, pela consolidação dos grandes marketplaces e pelo comportamento multicanal do consumidor, que pesquisa e compara antes de comprar. "O brasileiro abre 10 abas pra ver o mesmo produto. E não compra na primeira, ele volta.", compartilhou Samuel!

Marketplaces são o epicentro do tráfego e da venda

Gonsales apontou as plataformas que lideram em acesso: Shopee, Magalu, Mercado Livre, Amazon e OLX. Juntas, essas plataformas concentram uma parte significativa do tráfego digital no varejo. A Shopee, por exemplo, lidera em volume bruto de acessos, mas Gonsales questionou: "Você está vendendo na Shopee ou está só dando tráfego pra ela?".

Ele reforçou ainda a importância de saber interpretar o comportamento por canal, destacando que vender em marketplace exige estratégia de posicionamento, preço e reputação. "Marketplace é vitrine. Mas você precisa brigar com o algoritmo, não com o vizinho do lado.".

Faturamento: o Brasil compra, e compra mais.

No primeiro trimestre de 2025, o setor de e-commerce teve um crescimento de 13,8% no faturamento em relação ao mesmo período de 2024. Gonsales detalhou as categorias com maior destaque:

Saúde (farmácias, drogarias): crescimento de 9%;

Casa e construção: aumento sustentado pela demanda por melhorias residenciais;

Ar e ventilação: alta por conta das altas temperaturas;

Beleza e cosméticos: R$ 2,6 bilhões em vendas no trimestre;

Moda: leve retração, mas com leitura crítica. O tráfego ainda é alto, mas as vendas migraram.

“Moda não caiu porque as pessoas deixaram de comprar. Caiu porque passaram a comprar por canais que não contabilizam nos dados do e-commerce tradicional”. Segundo ele, WhatsApp e Instagram concentram boa parte das transações hoje, com sellers que geram conteúdo e convertem diretamente por DM.

Mesmo assim, grandes players como Lojas Renner, Riachuelo, Dafiti e Amaro concentram 42% do tráfego de moda. O tempo médio em site de moda é de 4,36 minutos. "Não é pouca coisa. Isso mostra que há interesse. O problema é o abandono do carrinho. É a jornada mal resolvida".

Beleza, farmácias e o novo comportamento de compra

Em beleza e cosméticos, as vendas estão concentradas em marketplaces especializados como Época Cosméticos e Beleza na Web. A influência dos creators e o marketing de comunidade são grandes aliados do setor. "Quem vende cosmético tem que mostrar uso real, cliente real e resultado visível", pontou.

Nas farmácias, o público está cada vez mais digital. Raia Drogasil, Consulta Remédios, Drogaria São Paulo e Pague Menos somam 60% do tráfego. "Hoje a gente compara preço de remédio como compara passagem aérea. E compra online mesmo, com frete rápido".

Ceará e Nordeste: salto que não pode ser ignorado

O recorte regional deixou claro: o Nordeste tem um dos crescimentos mais consistentes em termos de acesso. O Ceará saltou de 158 milhões para 212 milhões de acessos em um ano. Números realmente formidáveis.

Novembro, setembro e julho foram os meses de pico em 2024. "E não foi Black Friday. Foi crescimento real. E quando cresce, quem está preparado sai na frente".

E pra onde vamos agora?

Ao final, Samuel convidou o público a acessar sua masterclass na ExpoEcomm, onde todos os dados são aprofundados. Mas deixou um recado direto para os presentes:

"O futuro do e-commerce é feito de dados. Mas quem transforma dado em estratégia é você. Então, entenda o comportamento do seu cliente. Porque quem entende, vende.".

Em meio aos aplausos e últimas anotações aceleradas, o diretor da ExpoEcomm marcou e impactou a trajetória de todos os presentes com dados, direcionamentos e insights para que possam sair na frente num mercado tão competitivo.

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