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O Mito do "Digital Pouco Tributado": Setor Paga Mais Impostos que a Média e E-commerce Enfrenta Pressão de Margem em 2025
GESTÃO
Redação
12/18/20253 min read


Uma das narrativas mais comuns em Brasília nos últimos anos foi a de que a economia digital era "subtributada". No entanto, novos dados trazidos à tona em dezembro de 2025 desmentem essa tese e acendem um alerta vermelho para CFOs e gestores de e-commerce. Segundo levantamento repercutido pelo E-Commerce Brasil, o setor digital não apenas contribui significativamente, como sua carga tributária proporcional supera a de diversos outros segmentos produtivos, inclusive a de empresas enquadradas no Lucro Presumido (12,8%).
Essa realidade impõe um desafio duplo para o varejo online: lidar com o custo Brasil atual e, simultaneamente, preparar o caixa para a transição da Reforma Tributária, que promete elevar a alíquota do setor de serviços — a base de toda a operação digital.
A Realidade dos Números: Quem Paga a Conta?
O estudo destaca que a eficiência da fiscalização digital e a formalização do setor tornaram as empresas de tecnologia e e-commerce alvos fáceis para a arrecadação.
Carga Superior: Ao contrário da indústria ou do agro, que historicamente gozaram de subsídios e regimes especiais, o setor de tecnologia e plataformas digitais opera com poucas isenções e alta incidência de tributos sobre a folha e faturamento.
O Peso das Big Techs: Embora gigantes globais tenham aumentado em 323% suas remessas de lucro ao exterior na última década para otimizar impostos, o e-commerce nacional e as empresas de tecnologia locais não têm essa válvula de escape, absorvendo integralmente a carga doméstica.
O Impacto da Reforma Tributária (IBS/CBS) no E-commerce
O cenário de 2025 é de apreensão. A Reforma Tributária, em fase de regulamentação para o início dos testes em 2026, traz mudanças estruturais que afetam diretamente a margem do varejo online:
Aumento da Alíquota de Serviços: A maior parte da cadeia do e-commerce (marketplaces, meios de pagamento, plataformas SaaS, logística) é tributada como serviço. A estimativa é que a carga sobre serviços salte de ~14,25% (PIS/COFINS/ISS) para cerca de 26,5% a 28% (IBS/CBS).
Fim da Guerra Fiscal: A cobrança do imposto no destino (onde o consumidor está) acaba com os incentivos fiscais que muitos centros de distribuição (CDs) de e-commerce usavam para reduzir custos operacionais em estados específicos. Isso forçará uma revisão completa da malha logística.
Split Payment (Pagamento Dividido): A nova tecnologia de cobrança, onde o imposto é retido automaticamente no momento da transação do cartão/pix, elimina a inadimplência, mas retira capital de giro do lojista, que antes podia trabalhar com o dinheiro do imposto até a data de recolhimento.
O Que o Gestor Deve Fazer Agora?
A "gordura" para absorver impostos acabou. A sobrevivência em 2026 dependerá de eficiência fiscal e precificação inteligente.
Revisão de Precificação: Se sua margem líquida é de 10% e sua carga tributária de serviços vai dobrar, o repasse para o preço final será inevitável. Comece a modelar esses cenários agora.
Foco em Créditos Tributários: A grande promessa da Reforma é a "não cumulatividade plena". O e-commerce passará a ter direito a crédito sobre tudo o que consome (energia, software, marketing, logística). Garantir que seu ERP esteja pronto para capturar cada centavo de crédito será a diferença entre lucro e prejuízo.
Tecnologia Fiscal: Com o fisco digitalizado e o split payment, a gestão fiscal manual é um risco operacional inaceitável. A automação fiscal não é mais "nice to have", é infraestrutura crítica.
Conclusão
O setor digital é a locomotiva do crescimento brasileiro, mas está carregando os vagões mais pesados em termos tributários. Para o e-commerce, 2025 termina com a certeza de que a eficiência tributária será tão importante quanto a taxa de conversão no próximo ano.
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