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Os desafios de ter loja virtual própria frente à competição com marketplaces

WILLIAM ISRAEL

Colunista

10/7/20252 min read

Por: William Israel

William Israel é um empreendedor visionário e dedicado a transformar vidas e negócios por meio do empreendedorismo. Com mais de uma década de experiência no mercado, idealizou a ExpoEcomm, um dos maiores circuitos de eventos de e-commerce do Brasil.

Em 2017, fundei meu e-commerce de calçados e sempre optei por operar exclusivamente através do site próprio. Essa foi a minha estratégia até o final de 2020, quando recebi uma proposta de compra e decidi vender a operação, em um movimento estratégico de equity. Desde então, estou à frente da ExpoEcomm, em contato direto com milhares de empreendedores em todo o Brasil. Nessas conversas, percebo uma angústia recorrente: muitos se sentem dependentes dos marketplaces e desejam fortalecer suas lojas virtuais próprias, mas encontram barreiras difíceis de vencer.

Se voltarmos um pouco na linha do tempo, em 2015, estudos apontavam que 80% das vendas online aconteciam em sites próprios e apenas 20% em marketplaces. Dez anos depois, essa proporção se inverteu. O e-commerce como um todo cresceu exponencialmente, mas quem mais se fortaleceu foram os marketplaces. O Mercado Livre é, sem dúvida, o exemplo mais marcante dessa transformação.

Além da robustez da sua estrutura, os marketplaces entregam benefícios difíceis de competir, como:

  • Troca garantida por 30 dias

  • Parcelamento sem juros em até 12 vezes

  • Entrega em 1 dia (ou até no mesmo dia em algumas regiões)

  • Vasto sortimento de produtos e preços competitivos

  • Benefícios adicionais como cupons, cashback e até streaming

  • Compra em apenas 1 clique, sem burocracia

Enquanto isso, muitas lojas virtuais próprias ainda exigem longos checkouts, preenchimento de dados de cartão e etapas menos fluidas. Essa diferença na experiência pesa muito na decisão de compra.

Mas aqui entra o ponto central da minha reflexão: ter a loja virtual própria continua sendo essencial para quem deseja crescer de forma sustentável no digital. Não como substituto ao marketplace, mas como um pilar estratégico para a construção de marca e relacionamento de longo prazo com o cliente.

O desafio é grande, mas as oportunidades também são. Para competir nesse cenário, considero alguns pontos fundamentais:

  • Trabalhar com marca própria: diferenciação é o que mantém sua operação viva.

  • Oferecer exclusividade e atendimento personalizado: onde os gigantes não conseguem chegar, a proximidade é sua vantagem.

  • Investir em parceiros logísticos e tecnológicos de qualidade: garantir uma boa experiência de compra é não negociável.

  • Construir confiança e consistência: quando o cliente acredita na sua marca, ele volta, mesmo que os marketplaces ofereçam conveniência.

Enxergar a realidade não é ser pessimista, mas sim ter consciência de que competir exige preparo, estratégia e autenticidade.

E eu termino este artigo com uma pergunta para você: como você enxerga o futuro da sua operação digital diante dessa realidade – será que está apenas seguindo a onda dos marketplaces ou já está construindo bases sólidas para ter uma marca independente e duradoura?

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