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Parcelamento fora do cartão já domina mais de 60% dos e-commerces brasileiros

GESTÃO

Redação

11/12/20253 min read

O e-commerce brasileiro passa por uma transformação significativa na forma como os consumidores pagam suas compras online. Um levantamento recente da Câmara Brasileira da Economia Digital, em parceria com a consultoria GMattos, aponta que em setembro de 2025, 62,7% das lojas virtuais já ofereciam modalidades de parcelamento fora do cartão de crédito tradicional — também conhecidas pela sigla BNPL (Buy Now, Pay Later).

Essa mudança representa mais do que nova forma de pagamento — é indicativa de um redesenho do processo de compra, da inclusão financeira e das estratégias de conversão no varejo digital.

O que significa “parcelamento fora do cartão”?

Ao longo da última década, o cartão de crédito dominou o parcelamento no varejo. Hoje, ganham força alternativas que utilizam Pix, carteiras digitais ou soluções de crédito integradas ao checkout, liberando o consumidor de depender do limite do cartão. Estudos de 2025 mostram que quase metade dos lojistas já implementavam essa modalidade em começo de ano.

Para o lojista, as vantagens são evidentes: menor custo de antecipação de recebíveis, menos carga do crédito rotativo, possibilidade de alcançar públicos sem cartão de crédito. Para o consumidor, o apelo está em parcelar mesmo sem o tradicional instrumento ou limite de crédito.

Por que essa modalidade está crescendo tão rápido?

Vários fatores convergem:

  • A popularização do Pix e das carteiras digitais, que permitem transações mais rápidas, baratas e inclusivas.

  • A expansão de fintechs que oferecem parcelamento direto no checkout, reduzindo o atrito da compra.

  • A queda da barreira de entrada para consumidores que não têm ou não querem usar cartão de crédito.

  • A necessidade do varejo de diversificar meios de pagamento para manter conversão e fidelização num cenário competitivo.

Ou seja: vender mais exige agora oferecer formas de pagamento diferentes do que se imaginava há anos atrás.

Impactos práticos no e-commerce

Para quem opera no setor digital, esse movimento impõe mudanças em operação, marketing e estratégia:

  • Integração técnica e checkout fluido: oferecer BNPL exige integração com provedores, verificação de crédito ou risco, além de transparência no parcelamento para o comprador.

  • Estrutura de custo e antecipação de recebíveis: dependendo da modalidade, o lojista pode receber à vista ou em prazos diferentes, o que exige planejamento financeiro.

  • Comunicação e educação do consumidor: ao oferecer parcelamento sem cartão, o lojista amplia público, mas precisa comunicar claramente prazos, taxas e compromissos.

  • Inclusão de novos públicos: pessoas sem cartão ou com limite baixo passam a ter opção, o que amplia o mercado e pode reduzir o custo por aquisição.

  • Revisão de risco e fraude: não basta simplesmente ofertar — é necessário ter políticas de crédito, prevenção de fraude e monitoramento, já que outras formas de parcelamento podem trazer exposição diferente.

O desafio para 2026 e adiante

Se já estamos ultrapassando 60% das lojas que oferecem essa modalidade, o próximo passo será consolidar qualidade: integração de dados, antecipação inteligente, personalização da oferta de parcelamento. O diferencial não será apenas aceitar, mas aceitar bem.

O tempo em que “parcelamento = cartão de crédito” está ficando para trás.
Para o lojista que quer crescer, o novo pilar de vantagem competitiva pode estar em: oferecer pagamento flexível e inclusivo, sem depender exclusivamente do cartão.

O e-commerce brasileiro está anfitriando essa mudança — e quem liderar a operação, o checkout e a experiência do cliente estará em vantagem clara.

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