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Posthaus: A jornada de transformação no e-commerce da moda e os bastidores de um dos maiores marketplaces do Brasil

MARKETPLACE

Redação

6/28/20256 min read

Uma coisa precisa ser dita: o mundo do e-commerce é um setor onde muita gente ainda está tentando entender as regras do jogo. E, infelizmente, muita gente segue por uma metodologia de maior “dor” e lentidão, pela metodologia da tentativa-erro, por conta própria.
Justamente para ajudar você e quem mais quiser encurtar a chegada ao sucesso do seu negócio on-line que trabalhamos tanto e fizemos a ExpoEcomm se tornar a maior Feira itinerante do setor aliada aos grandes e mais experientes nomes do mercado.

Assim, na nossa querida Blumenau, tínhamos que nos presentear e também as mais de 1400 pessoas que prestigiaram esse poderoso evento com uma das pessoas que entrou cedo nesse segmento e que, sem sombra de dúvidas, ajudou a desenhar as fórmulas do sucesso e a construir o próprio setor; estamos falando de Taísa Bornhofen, uma das mentes por trás do sucesso da Posthaus.

Taísa é formada em Administração, está na Posthaus há 26 anos e ajudou a empresa a se consolidar num dos maiores marketplaces de moda do Brasil.


Desde 2007, quando o comércio eletrônico ainda era considerado uma aposta incerta, Taísa foi protagonista na criação do e-commerce da Posthaus, desbravando um terreno onde, na época, tudo era mato — como ela mesma descreve. Hoje, além de conduzir a operação digital, também lidera as frentes de produtos de marca própria, logística e novos canais de negócio, posicionando a Posthaus como referência no mercado de moda online.

Prepare-se aí para o que vem a seguir por que a palestra dela foi uma verdadeira aula sobre os desafios, as estratégias e os aprendizados de quem vive diariamente os bastidores de um marketplace que não apenas sobrevive — mas cresce, se adapta e dita tendências.


De varejista tradicional a gigante do marketplace

A história da Posthaus é, antes de tudo, uma história de coragem, resiliência e pioneirismo. Quando decidiu levar a empresa para o digital, ainda em 2007, Taísa enfrentou mais do que obstáculos técnicos. O maior desafio, segundo ela, foi quebrar paradigmas — tanto internos quanto do próprio mercado.

“Naquela época, fomos desestimulados por consultorias. Diziam que moda não dava certo no online, porque as pessoas precisavam provar, sentir o tecido, entender o tamanho”, relembra.


Mas ela e o time seguiram, mesmo com profissionais ainda pouco preparados para aquele novo universo. O desafio não era apenas construir uma plataforma, mas também convencer as marcas e os fornecedores de que o e-commerce não era algo passageiro, e sim um caminho sem volta.


Taísa conta que gastou muita energia explicando conceitos que hoje parecem óbvios, mas que à época eram verdadeiros enigmas para muitos. “As pessoas me perguntavam: ‘Precisa mesmo de foto de frente e de costas?’. E eu respondia: ‘Precisa sim. E hoje precisa também de vídeo, de contexto, de descrição detalhada’.”.


Moda no digital: mais que vendas, uma engenharia de dados

Se empreender online já é desafiador, fazer isso no segmento de moda é um capítulo à parte.

O grande obstáculo? Vestibilidade, tamanhos, cores e padrões. “Cada marca chama o branco de um nome diferente. Imagine a confusão para quem faz a busca no site”, pontuou.

Diante desse cenário, a Posthaus precisou criar um sistema robusto de padronização. Foram desenvolvidos filtros específicos, tabelas de medidas, tags contextuais e até categorias adicionais. Tudo pensado para que o cliente, ao acessar o marketplace, consiga se encontrar rapidamente em meio a um universo de mais de 170 mil produtos.

“Hoje ninguém tem tempo. As pessoas querem navegar de forma fluida, encontrar o que procuram sem se perder em buscas frustrantes”, explicou.

E o desafio não para na categorização. A empresa também precisou lidar com a gestão de cauda longa, oferecendo uma ampla variedade de produtos, tamanhos e estilos, mas sem abrir mão da eficiência logística.


Vantagens do marketplace nichado: logística inteligente e conexão regional

Ser um marketplace altamente nichado, focado em moda, traz desafios, mas também muitas vantagens.

Uma delas é a eficiência logística. A Posthaus adota, em grande parte de sua operação, o modelo cross-docking, onde o parceiro mantém seus produtos no próprio estoque, enquanto os best-sellers ficam no centro de distribuição da Posthaus. Isso permite oferecer uma variedade muito maior de produtos sem precisar estocar tudo.


“Nosso CEO sempre deixou claro: não queremos trabalhar com produtos muito volumosos. Tudo precisa caber na nossa esteira, na nossa caixa branca padrão. Isso torna a logística mais eficiente e os custos mais controlados”, detalhou Taísa.

Além disso, estar inserido em um dos maiores polos têxteis do Brasil — Santa Catarina — facilita parcerias com fornecedores locais, amplia o sortimento e fortalece a conexão com o mercado regional.


Da venda transacional ao contexto comportamental

O mercado mudou — e muito. Vender não é mais sobre preço, é sobre contexto.

Taísa trouxe uma análise contundente sobre como as tendências de consumo deixaram de ser apenas de moda e passaram a ser comportamentais.

“O cliente não busca mais só ‘blusa manga longa’. Ele busca ‘blusa para casamento de dia’ ou ‘vestido confortável para trabalhar em home office’”, explicou.

Esse movimento exige que os marketplaces invistam cada vez mais em informação contextualizada, vídeos, imagens de alta qualidade e descrições que vão além das características técnicas.

E olhando para o futuro, Taísa não tem dúvidas: a busca na internet migrará rapidamente para a inteligência artificial. “As pessoas não vão mais perguntar ao Google. Vão perguntar direto para a IA. E quem não estiver preparado para isso vai simplesmente desaparecer da busca.”.


Crescimento sustentável: a regra de ouro que nunca muda

Se há uma palavra que define a trajetória da Posthaus, ela é sustentabilidade. Não aquela associada apenas ao meio ambiente, mas à saúde financeira e operacional do negócio.

Taísa passou um recado enfático para os empreendedores presentes: crescer a qualquer custo não é uma estratégia inteligente.

“Já vimos muitos e-commerces crescerem vertiginosamente e simplesmente quebrarem, porque não tinham estrutura, não tinham margem, não tinham controle. Nossa escola sempre foi fazer muito com pouco, cuidar dos KPIs, gerar lucro e ser muito críticos com os custos”, enfatizou.

Segundo ela, não é preciso começar com todas as ferramentas, nem com toda a tecnologia disponível. O essencial é fazer o básico muito bem feito, testar pequeno, validar e só depois escalar.


O futuro já chegou: fulfillment, IA e liderança humana

O próximo grande passo da Posthaus já está em andamento: o investimento pesado no serviço de fulfillment.

A empresa passa a oferecer sua estrutura logística para que outros lojistas possam operar seus e-commerces ou vendas em marketplaces, eliminando gargalos operacionais e permitindo que foquem em vendas, marketing e desenvolvimento de produtos.

Além disso, segue investindo fortemente em personalização da experiência, inteligência artificial e CRM.


E se você acha que a liderança não conta na visão de processos dessa grande manager, veja só o que ela compartilhou mostrando que liderar vai muito além dos manuais de gestão:

“Cercar-se de pessoas que apenas concordam com você não te faz crescer. Eu valorizo quem discorda, quem traz fatos, dados e argumentos. Isso me faz melhor todos os dias.”. Brilhante, não é mesmo?

E ela também reforçou a importância de estar próxima da equipe, de cultivar um ambiente de escuta ativa, sensibilidade e, principalmente, percepção constante do clima organizacional.

“Empresa sem clima bom não performa. E quem sente isso primeiro é quem lidera. Nosso papel é perceber e ajustar antes que o problema se torne um conflito maior.”.


A grande lição

Se existe uma certeza que a fala de Taísa nos deixou, é que não existe fórmula mágica no empreendedorismo digital. O que existe é trabalho — muito trabalho. Existe resiliência, estratégia, disciplina e uma capacidade constante de se adaptar, de aprender, de ajustar a rota sem perder o foco no que realmente importa: resultado, sustentabilidade e gente.

Sua trajetória é, por si só, uma prova viva de que não se constrói negócios sólidos da noite para o dia. Leva tempo, exige coragem, pede escolhas difíceis, renúncias e, sobretudo, visão de longo prazo.

Se hoje vemos muitas pessoas, que seja em suas vidas pessoas, familiares e profissionais buscarem atalhos e estratégias miraculosas, com o relato e a experiência apresentados nessa palestra vimos com exatidão que o caminho certo nem sempre é o mais rápido, mas é o que sustenta, o que permanece e o que faz sentido no médio e longo prazo.

Essa é a verdadeira essência por trás da história da Posthaus. Uma empresa que não se limita a vender moda, mas que constrói conexões, experiências e oportunidades — para os clientes, para os parceiros e para todos que cruzam seu caminho.

O futuro não espera. E quem não se move, quem não se adapta, quem não se reinventa, simplesmente fica para trás. Mas quem escolhe agir — como ela e como a Posthaus — não só acompanha o mercado. Ajuda a escrevê-lo.

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