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Shopee lidera entre moradores de favelas como plataforma de e-commerce mais utilizada

LOGÍSTICA

Redação

7/30/20252 min read

Mesmo com limitações logísticas e desafios de entrega, os moradores de favelas brasileiras estão cada vez mais conectados ao universo do comércio eletrônico. De acordo com um levantamento do Instituto Data Favela, a Shopee aparece como o marketplace mais utilizado por esse público, à frente de gigantes como Mercado Livre e Shein.

A pesquisa entrevistou 16,5 mil pessoas em comunidades de todo o país. Estima-se que o Brasil tenha cerca de 17 milhões de moradores em favelas, distribuídos em 6,6 milhões de domicílios — o que representa aproximadamente 8% dos lares brasileiros e movimenta uma renda total anual de R$ 300 bilhões.

Vestuário puxa as compras online

Entre os consumidores entrevistados, 70% planejam comprar roupas nos próximos seis meses, seguidos por perfumes (60%) e produtos de beleza (51%). Esse foco no vestuário é um dos fatores que explicam a liderança da Shopee entre os consumidores das comunidades. A plataforma oferece um amplo portfólio de produtos com preços acessíveis, o que a torna especialmente atrativa nesse segmento.

Outro ponto que contribui para o sucesso da Shopee é a gamificação da experiência de compra. O aplicativo inclui jogos e interações lúdicas que distribuem cupons e brindes, criando uma relação emocional com o consumidor. Essa estratégia se conecta diretamente com os hábitos culturais e comportamentais de um público que valoriza o consumo como forma de conquista e autoestima.

Dados que chamam atenção

Segundo o Data Favela, 60% dos moradores das favelas compram pela internet. Um estudo do banco Citi apontou que, em dezembro de 2024, a Shopee liderava o número de usuários ativos mensais no Brasil, com 50 milhões de contas ativas. A Temu e o Mercado Livre vinham na sequência, com 39 e 37 milhões, respectivamente.

Apesar do avanço, 40% dos entrevistados ainda não utilizam plataformas de e-commerce, em especial por conta de problemas logísticos como atrasos ou não recebimento de mercadorias. Muitas empresas ainda enfrentam dificuldades em localizar endereços dentro das comunidades, o que reforça a necessidade de soluções logísticas mais inclusivas e personalizadas.

Consumo como expressão de conquista

O consumo digital entre os moradores de favelas vai além da compra: ele carrega um peso simbólico. 78% relataram que se esforçam para adquirir produtos que não tiveram acesso na juventude, enquanto 85% disseram sentir realização ao atingir metas de compra. Por outro lado, 50% afirmaram já ter se sentido constrangidos por não possuírem itens considerados “da moda”.

Esse comportamento revela uma nova camada de oportunidades para o varejo digital: entender o consumo como expressão de autoestima e superação, e não apenas como uma transação financeira.

Oportunidade para o e-commerce brasileiro

A preferência da base da pirâmide por marketplaces acessíveis e conectados ao seu cotidiano representa um recado claro para lojistas e plataformas: é preciso dialogar com esse público com respeito, empatia e estratégia. Personalizar ofertas, adaptar a logística e proporcionar uma experiência digital positiva são caminhos não apenas para crescer em volume, mas para construir relevância real no varejo nacional.

O futuro do e-commerce no Brasil passa, também, pelas favelas. E quem souber ouvir esse consumidor, terá uma vantagem competitiva significativa.

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