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“Taxa das blusinhas” pode alterar estratégia de e-commerces brasileiros, alerta gigante de logística

LOGÍSTICA

Redação

9/19/20252 min read

Uma medida recente do governo dos Estados Unidos chamada “de minimis” — que isentava de impostos importações de pequeno valor — foi alterada, e isso começa a reverberar no Brasil. Executivos da DHL prevêem que o fim da isenção afetará empresas que usam mercados americanos para exportar pequenos volumes e exigirá ajustes nos modelos de negócios de e-commerces que dependem de remessas internacionais.

O que mudou e por que importa

  • Até então, pacotes de até US$ 800 enviados aos EUA podiam ser recebidos com isenção de impostos. Com o decreto de 30 de julho, essa isenção será extinta a partir de 29 de agosto.

  • A nova regra impacta especialmente pequenos e médios negócios brasileiros que vendem para consumidores nos EUA, muitos deles usando plataformas de e-commerce e marketplaces para escalar suas exportações.

Principais impactos esperados para o setor de e-commerce

  1. Aumento do custo nas exportações
    Produtos de menor valor que antes entravam nos Estados Unidos sem impostos passarão a sofrer tarifas, encarecendo o desconto competitivo que alguns e-commerces ofereciam.

  2. Diversificação de mercados
    Para mitigar impacto, lojistas provavelmente vão buscar destinos alternativos para exportação, além dos EUA — Mercosul, Europa ou outros países latino-americanos podem ganhar atenção.

  3. Ajustes logísticos e operacionais
    Custos de transporte, frete internacional, armazenamento e despacho serão recalibrados. Quem trabalha com cross-border precisará revisar contratos com transportadoras, prazos e margens.

  4. Mudança de portfólio
    Itens de “baixo valor importado” — como roupas, acessórios ou gadgets simples — podem ter menos espaço ou exigir posicionamento de preço diferente. Produtos manufaturados nacionais ou fabricados localmente podem ganhar vantagem competitiva.

  5. Receita cambial e fluxo de exportações
    Exportadores menores podem ver redução na demanda externa por conta do maior preço final para o consumidor americano. Isso pode afetar fluxo de caixa, planejamento financeiro e previsões de estoque.

O que espera a DHL

  • A DHL, por meio de sua liderança no Brasil, acredita que o impacto total dependerá de como as empresas exportadoras reagirão.

  • Para a gigante logística, há otimismo quanto ao crescimento de exportações latino-americanas (Colômbia, México, Brasil) para mercados regionais como alternativa, mas o cenário também demanda suporte na cadeia de logística para tornar esses destinos viáveis.

  • A empresa afirma ter presença forte no Brasil, trabalhando com manufaturados mais que commodities, o que pode amenizar o impacto do “tarifaço” para parte de seus clientes.

Conclusão

A chamada “taxa das blusinhas” representa uma mudança real nas condições de comércio internacional para muitos e-commerces brasileiros. A eliminação da isenção de impostos para remessas de baixo valor para os EUA demanda adaptações imediatas: revisar canais de exportação, ajustar preços, buscar eficiência logística e talvez repensar o mix de produtos exportados.

Para quem atua no mercado digital, o momento exige planejamento estratégico — os impactos não são apenas operacionais, mas estruturais —, e quem se preparar melhor poderá transformar o desafio em vantagem competitiva.

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