Varejo Brasileiro no Primeiro Trimestre de 2025: Desafios e Perspectivas

O primeiro trimestre de 2025 apresentou um cenário misto para o varejo brasileiro, com setores distintos demonstrando desempenhos variados. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas no varejo restrito registraram um crescimento de 0,5% de janeiro para fevereiro, atingindo um novo patamar recorde. No entanto, março apresentou uma queda de 1,6% em relação ao mês anterior, conforme levantamento da StoneCo. ​

Setores em Destaque

O setor de moda se destacou positivamente, com um aumento de 15,17% nas vendas no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Outros segmentos que apresentaram crescimento significativo incluem artigos farmacêuticos (9,55%), materiais de construção (6,87%) e móveis e eletrodomésticos (1,67%). Por outro lado, categorias como livros, jornais e revistas enfrentaram uma queda de 43,88%, refletindo a transição para o digital e mudanças nos hábitos de consumo. ​

E-commerce: Crescimento Sustentado

O comércio eletrônico brasileiro manteve sua trajetória de crescimento, com pequenas e médias empresas (PMEs) movimentando R$ 1,3 bilhão no primeiro trimestre de 2025, representando um aumento de 37,5% em relação ao mesmo período de 2024. O número de pedidos também cresceu 30%, totalizando 19,5 milhões. Entre os segmentos mais destacados estão moda, saúde e beleza, acessórios e casa e jardim. ​

Além disso, o e-commerce brasileiro deve atingir um faturamento de R$ 235 bilhões em 2025, com um ticket médio estimado em R$ 539,28 e um volume de 435,6 milhões de pedidos. A base de consumidores deve alcançar 94 milhões, impulsionada por estratégias como automação de marketing e integração de CRMs. ​

Expectativas para os Próximos Trimestres

Apesar da volatilidade observada em março, as projeções para o segundo trimestre de 2025 indicam um cenário mais estável. O Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR) prevê um crescimento de 3,42% no consumo em comparação com o mesmo período de 2024. Entretanto, a desaceleração do mercado de trabalho e o aumento da inadimplência podem impactar o poder de compra das famílias, exigindo ajustes nas estratégias de vendas e marketing. ​

Conclusão

O varejo brasileiro inicia 2025 com sinais de recuperação, especialmente nos setores de moda, saúde e construção. O e-commerce continua a ser um motor de crescimento, com destaque para as PMEs que adotam tecnologias digitais e estratégias de personalização. No entanto, desafios como a inflação, taxas de juros elevadas e mudanças nos hábitos de consumo exigem atenção contínua dos varejistas para manter a trajetória positiva nos próximos trimestres.​

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