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Verão: por que o calor pode não render como antes?
CLEBER VIEIRA
Colunista
12/6/20254 min read


Por: Cleber Vieira
Com sólida formação em Administração de Empresas, MBA em Gestão de Varejo e E-commerce, além de especializações em Analytics e Técnicas Avançadas de Gestão em E-commerce, Cleber atua há mais de 12 anos na liderança de operações digitais. Com uma trajetória marcada por mais de 24 anos de experiência em relacionamento com o cliente e 18 anos no varejo, hoje é Gerente de E-commerce do Grupo CVLB, responsável pelas estratégias digitais das marcas Casa&Video e Le biscuit.
Quando o verão começar oficialmente em 21 de dezembro de 2025, muitos lojistas e e-commerces vão preparar vitrines, campanhas e estoques pensando na tradicional “onda de calor, demanda alta de ventiladores, ar-condicionado, piscinas, cervejeiras, itens de lazer. Mas 2025/2026 pode quebrar esse script, e quem não se preparar pode sentir os efeitos mais cedo do que imagina.
Um clima fora de moda: outubro marcou frio atípico
Em um país tropical como o Brasil, outubro costuma significar o início da escalada das temperaturas, com várias semanas de calor que impulsionam o consumo dessas categorias ligadas ao verão. Mas este ano, o comportamento do tempo chamou atenção.
- Segundo dados do INMET, o Estado do Rio de Janeiro registrou em outubro de 2025 mínimas atipicamente frias, um sinal de comportamento diferente para essa época do ano.
- Na capital paulista, a manhã de 21 de outubro foi histórica: os termômetros caíram a 10,8 °C, a mínima mais baixa para um mês de outubro desde 2014. (reportagem da Isto é)
Esses episódios de frio e a irregularidade no calor derrubam a expectativa natural de que, logo com a primavera e a proximidade do verão, o calor viria acompanhando a demanda do consumidor, o que pode causar frustração para quem apostou tudo em “aquecimento + vendas”.
Por que isso importa para o e-commerce
Para categorias fortemente dependentes do calor, ventiladores, ar-condicionado, piscinas, geladeiras/freezer, itens de lazer, o calor intenso funciona como o gatilho de compra. Em anos de calor persistente, muitos consumidores aproveitam não só para comprar, mas para trocar equipamentos antigos, cansados pelo uso contínuo.
Mas se o calor demora a chegar, ou permanece moderado, há pelo menos três efeitos negativos prováveis:
Menor urgência de compra: sem calor excessivo, a motivação para trocar ventilador ou ar-condicionado diminui.
Perda de margem e Venda concentrada nos grandes eventos: o cliente consegue agradar as liquidações, datas iguais (11/11, 12/12...)
Menor necessidade de renovação de equipamentos antigos: se o calor não castiga, aparelhos velhos ainda “dão conta do recado”. Isso diminui a rotatividade de vendas.
💡 Outras variáveis que pesam, e não são só clima
Além do cenário climático atípico, o e-commerce já enfrenta desafios extras: desaceleração da economia, restrição de crédito, alta inflação para muitos itens de consumo, e mudança no comportamento dos consumidores, que têm reavaliado prioridades.
Ou seja: A virada de 2025/2026 traz uma convergência de fatores que pressionam vendas em categorias sazonais (calor/lazer), o contrário que foi p cenário de 2024/2025
O que quem vende deve fazer: adaptação estratégica
Diante desse possível cenário de “verão mais brando”, o varejo que normalmente conta com vendas baseadas no calor excessivo deve antecipar ajustes. Algumas recomendações:
Diversificar o mix de produtos — Não dependa só de ventiladores, ar condicionado e piscinas; inclua itens “fora de estação” ou menos sensíveis ao clima (por exemplo: móveis internos, produtos de uso cotidiano, utilidades domésticas, decoração, etc.).
Campanhas flexíveis e segmentadas — Em vez de apostar tudo em “Summer Sale”, considerar promoções que não dependam exclusivamente do calor, ou que adicionem valor diferente (troca de estação, fim de ano, presentes, reformas do lar).
Gestão de estoques conservadora — Evitar inflar estoque de produtos sazonais como ar condicionado em expectativa de demanda muito alta, ou se baseando no histórico do ano passado, isso reduz risco de excesso de estoque.
Monitorar dados climáticos em tempo real — Usar previsões e monitorar temperaturas nas regiões de maior demanda para ajustar campanhas conforme o comportamento do clima.
Comunicação de valor além do calor — Mostrar benefícios dos produtos além do alívio térmico: conforto, saúde, qualidade de vida, conveniência, etc.
Um alerta para 2025/26 e uma chamada para reflexão
Se vimos em outubro recordes de frio para a época e, segundo especialistas, tendência de instabilidade climática para a primavera e início do verão, talvez 2025/26 se configure como um verão “ameno”, diferente da última “onda de calor histórica” que muitos devem lembrar. Isso pode mudar o jogo para categorias típicas de calor, mas também abrir espaço para novas oportunidades: quem estiver preparado, com mix flexível e estratégia inteligente, pode sair na frente.
Para e-commerce hoje, mais do que nunca, sazonalidade não é garantia de demanda. Histórico de comportamento de compra de ano anterior, pode ser uma pedra no caminho de um planejamento inteligente.
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